A chefia da polícia de Manchester assumiu, em atualização sobre o ataque ocorrido em uma sinagoga nesta quinta-feira, que um dos mortos e uma das vítimas feridas podem ter sido atingidos por tiros disparados pelos próprios policiais, já que o autor do ataque não carregava arma de fogo. Segundo informações, ele portava uma faca.
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Segundo o representante da corporação, Stephen Watson, uma das duas pessoas mortas apresentou “ferimento compatível com um tiro”, sem confirmar se essa foi a causa do óbito. Entre os três feridos hospitalizados, um também sofreu ferimento por arma de fogo, porém sem risco de vida.
Watson explicou que ambos os atingidos por disparos estavam próximos uma da outra, atrás da porta da sinagoga, e que o suspeito Jihad Al-Shamie não possuía arma de fogo.
“Infelizmente, os ferimentos por arma de fogo das duas vítimas podem ter sido sofridos como consequência trágica e imprevista da ação urgentemente necessária tomada pelos meus policiais”, declarou o chefe da GMP.
O autor do crime também foi morto a tiros pela polícia.
O ataque ocorreu no Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico, enquanto pessoas se reuniam para os serviços dentro da sinagoga Heaton Park Hebrew Congregation. O governo britânico aumentou a segurança em centros da vida judaica em todo o país após o ataque.
Veja o que se sabe sobre o caso:
A Polícia de Manchester disse que recebeu uma ligação às 9h31 de quinta-feira relatando que um carro havia sido dirigido em direção a membros do público e que várias pessoas haviam sido esfaqueadas.
O chefe de polícia disse que os oficiais da Polícia de Manchester atiraram fatalmente no autor em sete minutos após a chamada inicial. Ele afirmou que o homem estava usando um colete que parecia conter um dispositivo explosivo. A polícia posteriormente disse que o dispositivo não oferecia riscos.
Eles afirmaram que o suspeito foi impedido de entrar na sinagoga devido à rápida intervenção de uma testemunha que ligou para a polícia.
Dois membros da comunidade judaica foram mortos no ataque: Adrian Daulby, de 53 anos, e Melvin Cravitz, de 66. Três outros ficaram feridos.
Uma vítima em estado grave foi esfaqueada e outra foi atingida pelo carro envolvido no ataque, disse a polícia. Outra pessoa “apareceu posteriormente no hospital com um ferimento que pode ter sido causado quando os policiais impediram o autor do ataque”, acrescentou a polícia.
O ataque ocorreu fora da Heaton Park Hebrew Congregation, no norte de Manchester, por volta do horário em que os serviços do Yom Kippur estavam programados. A polícia disse que um grande número de pessoas estava dentro da sinagoga durante o ataque, mas que todas foram evacuadas com segurança.
O que se sabe sobre o suspeito?
O autor do ataque, que foi baleado por policiais armados, morreu. A polícia o identificou como Jihad al-Shamie, 35 anos, cidadão britânico de ascendência síria.
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Al-Shamie não havia sido anteriormente identificado como uma ameaça pelo Prevent, operação antiterrorismo britânica, disse a polícia, e os investigadores ainda buscavam identificar o motivo do ataque.
Três suspeitos foram presos sob suspeita de cometimento, preparação e incitação de atos de terrorismo, informou a polícia. A acusação abrange a conspiração de ataques terroristas no Reino Unido. A polícia não divulgou os nomes, mas os identificou como dois homens na casa dos 30 anos e uma mulher na casa dos 60.
Duas casas ligadas ao autor do crime e aos suspeitos estavam sendo revistadas, disse a polícia: uma em Crumpsall, a uma curta distância da sinagoga, e outra na cidade de Prestwich, a cerca de 3 km de distância.
Imagens gravadas por uma testemunha mostraram dois policiais armados com rifles apontados para o suspeito, que estava no chão fora da sinagoga, enquanto uma pessoa ferida estava próxima. No vídeo, postado no Facebook, um dos policiais disse às pessoas nos portões da sinagoga para se afastarem, gritando: “Ele tem uma bomba. Saiam daqui”.