Presos suspeitos de integrar grupo envolvido em execuções em ItaboraíFoto: Reprodução Programa do MEDINA / TVM Brasil
Itaboraí – Uma Operação da Delegacia de Homicídios da Região Metropolitana revelou a atuação de milicianos ligados à uma facção criminosa que gerou uma disputa territorial que causou uma série de mortes na cidade
Os Agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), em ação coordenada pelo Delegado titular Dr. Willians Batista, efetuaram duas prisões na manhã da quarta-feira (09), os presos: Rogério Cunha do Nascimento e Antônio Cláudio Quintanilha Medeiros, ambos com mandados de prisão temporária por homicídio expedidos pela 1ª Vara Criminal de Itaboraí.
A operação contou com apoio da Corregedoria da PMERJ e de diversos grupos de inteligência da Polícia Civil, incluindo o Setor de Capturas da DHNSG, GIC, SBE, SIP, GI-Itaboraí, GI-Niterói, GI-Maricá, GI-72/73 e GI-74/75.
Os alvos foram localizados no bairro do Retiro São Joaquim, onde foram presos sem oferecer resistência.
De acordo com as investigações, Rogério Cunha, policial militar lotado no 7º BPM, seria o líder de um grupo paramilitar que atuava no bairro Retiro São Joaquim, mantendo aliança com a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).
O grupo disputava o domínio da região com criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV).
Já Antônio Quintanilha, ex-policial militar expulso da corporação e já preso em 2018 durante a Operação Salvator, era apontado como o braço armado do bando, responsável por execuções e represálias violentas durante o conflito entre milicianos e traficantes.
A investigação aponta que a disputa territorial entre os grupos resultou em diversos homicídios na região.
A operação desta última quarta-feira teve um desdobramento direto de inquéritos anteriores que identificaram outros envolvidos na guerra pelo controle do território.
Ainda segundo a Polícia Civil, Nascimento e Quintanilha participaram de uma reunião com Cristiano Caldera Souza, o Piolho, e Diego Siqueira da Silva Ferraz, o Digão, ambos integrantes do Terceiro Comando Puro.
O encontro terminou em duplo homicídio, após uma divergência interna entre os grupos paramilitar e do tráfico. Durante o confronto, Nascimento foi baleado e chegou a simular uma tentativa de latrocínio para justificar o ferimento — versão descartada pela investigação, que comprovou a execução deliberada das vítimas.
Com a prisão dos suspeitos, a DHNSG reforça o compromisso no combate à atuação de grupos paramilitares e milícias associadas ao tráfico, que vêm intensificando a violência na região metropolitana.
Após os trâmites legais, os presos serão encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça.