A Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou, nesta quarta-feira (22), uma quadrilha responsável por aplicar golpes em negociações de imóveis na capital. A ação, conduzida por agentes da 15ª DP (Gávea), resultou na prisão em flagrante de um homem e uma mulher pelos crimes de tentativa de estelionato e associação criminosa. Eles se passavam por corretores e fizeram ao menos 30 vítimas.
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De acordo com as investigações, o grupo simulava ser composto por operadores de crédito e corretores imobiliários, intermediando supostas vendas de casas e apartamentos realmente anunciados em sites especializados. Apesar de utilizarem anúncios legítimos, os criminosos não tinham qualquer vínculo com os proprietários dos imóveis.
Para atrair as vítimas, a quadrilha divulgava ofertas com valores abaixo do mercado e condições de pagamento facilitadas. Uma das principais táticas consistia em exigir uma entrada de cerca de 10% do valor total — quantia que, em alguns casos, chegava a R$ 25 mil.
As negociações eram conduzidas por uma falsa imobiliária, que encaminhava os interessados para uma suposta operadora de crédito. Lá, as vítimas assinavam contratos falsos de financiamento e realizavam transferências bancárias. Após o pagamento, o contato com os criminosos era encerrado, e os compradores não conseguiam reaver o dinheiro.
Até o momento, pelo menos 30 pessoas foram identificadas como vítimas do golpe, com prejuízos que variam entre R$ 7 mil e R$ 25 mil. A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar outros envolvidos e novas possíveis vítimas.
De acordo com a delegada Daniela Terra, titular da 15ª DP, a investigação ainda está em curso e os dois presos representam apenas a ponta do esquema, que movimenta grandes quantias e envolve múltiplas contas bancárias. A quebra de sigilo bancário será solicitada.
— Já são pelo menos 30 vítimas. Os locais onde as pessoas queriam comprar casas não são próximos da 15ªDP, mas uma das vítimas era da Rocinha, por isso começamos a investigar. Comprar um imóvel é algo muito sério, tem papelada de cartório, e, quando tudo parece muito fácil, é preciso desconfiar. As pessoas podem ligar para o Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) para buscar informações — orienta a delegada.
Ela explica que o esquema da quadrilha para cometer as fraudes tem variações.
–Eles captam lugares que estão à venda e duplicam o anúncio pela internet. Algumas vezes os proprietários têm ciência, em outras não, mas eles não firmam contrato de corretagem — detalha. — Em alguns casos, eles (os presos) conseguiam entrar nas casas. Em outros, ofereciam apenas o financiamento imobiliário. Buscavam tirar dinheiro de pessoas sem conhecimento.
Havia ainda uma sala na Vila da Penha para receber as vítimas:
–Ficava dentro de uma galeria. Era onde firmavam os acordos ilegais e faziam as transferências. A empresa, com o nome de Losango, não tem alvará para fazer venda de imóveis para terceiros. A sede fictícia era no (shopping) Barra World, no Recreio, mas lá não funciona nada.
