Polícia Civil identifica 99 dos 117 mortos em operação nos complexos do Alemão e da Penha

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O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, informou nesta quinta-feira (30) que 99 dos 117 mortos durante a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na última terça (28), já foram identificados. O balanço não inclui os quatro policiais que também perderam a vida na ação. A declaração foi feita durante coletiva na Cidade da Polícia, ao lado do secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos.

Segundo o governo estadual, a operação tinha como objetivo cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão contra integrantes do Comando Vermelho (CV). No total, 113 suspeitos foram presos — 54 com mandados em aberto, dez menores infratores e 33 oriundos de outros estados. Apesar disso, apenas 20 mandados (20%) foram efetivamente cumpridos.

Curi classificou os 117 mortos como “narcotraficantes” e afirmou que, entre os 99 já identificados, 42 tinham mandados de prisão pendentes e 78 possuíam antecedentes criminais, incluindo acusações de homicídio, tráfico de drogas e participação em organização criminosa. Ele também revelou que 39 dos mortos vieram de outros estados: 13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 do Ceará, 4 de Goiás, 3 do Espírito Santo, 1 da Paraíba e 1 do Mato Grosso.

Durante a coletiva, o secretário voltou a criticar as limitações impostas pela “ADPF das Favelas”, que estabelece diretrizes para reduzir a letalidade policial em comunidades do Rio. Para Curi, as restrições têm favorecido o fortalecimento das facções.
“É fundamental que a legislação, muitas vezes desconectada da realidade, seja atualizada. O que enfrentamos não é mais uma simples operação policial — é um cenário de guerra irregular, assimétrica. Nenhuma polícia do mundo enfrenta o que a do Rio enfrenta”, afirmou.

O secretário de Segurança, Victor Santos, reforçou o discurso de integração entre os governos estadual e federal para o enfrentamento ao crime organizado e destacou que o plano de retomada dos territórios fluminenses, exigido pela ADPF, deve ser entregue até 20 de dezembro.
“Nenhum estado do país tem condições de manter ocupações permanentes em comunidades. Se dividíssemos todo o efetivo, haveria apenas sete policiais por favela. A solução não é ocupar, é retomar”, disse.

Na quarta-feira (29), o governo anunciou a criação de um escritório emergencial de combate ao crime organizado, resultado de uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

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Rodrigo Da Matta é formado em Jornalismo, Radialismo e Marketing, com especialização em Comunicação Governamental e Marketing Político pelo IDP. Atualmente, é graduando em Publicidade e Propaganda, Ciências Políticas e Gestão Pública.
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