Assassinado a tiros na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio, logo depois de desembarcar de uma BMW blindada, modelo X6, o empresário e PM reformado Marcos Antônio Cortinas Lopes, de 58 anos, estava sendo monitorado pelos autores do crime e foi executado cerca de cinco minutos após deixar um condomínio localizado no mesmo bairro. A informação consta na denúncia feita pelo Ministério Público, no último 4 de junho, que apontou Caio Felipe Ferreira da Cruz como o autor dos disparos que mataram a vítima.
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O mesmo documento apontou a participação de outras três pessoas no assassinato. Uma delas, segundo a investigação feita Delegacia de Homicídios da Capital(DHC), usou um celular, na manhã do dia 17 de fevereiro de 2025, para avisar outros integrantes da quadrilha que o PM havia acabado de passar com a BMW no portão de um condomínio. Três quilômetros depois, o grupo jogou propositalmente um Cobalt clonado contra a traseira do veículo de luxo, na Avenida das Américas, para que a vítima fosse forçada a sair do carro.
BMW da vítima com o Cobalt clonado usado no crime
Reprodução
Marcos Antônio Cortinas Lopes desceu do automóvel blindado para verificar o que havia acontecido e chegou a conversar com os dois homens que estavam no outro veículo. Um deles, Caio Felipe Ferreira da Cruz, que segundos antes havia desembarcado do banco do carona, sacou uma pistola e fez os disparos. Em seguida, ele e o comparsa, ainda não identificado, fugiram na garupa de duas motocicletas que davam cobertura a ação.
Integrante do Bonde dos Crias, grupo ligado ao Comando Vermelho(CV) que participa da tomada de territórios controlados por facções rivais, Caio foi preso por policiais militares no último dia 17 de junho, na favela do Catiri. A comunidade têm áreas que estão sendo disputadas por traficantes e milicianos há mais de um ano. O grupo também é investigado por uma série de assassinatos, entre eles a morte do policial penal Henry dos Santos Oliveira, de 51 anos, ocorrida no dia 19 de dezembro de 2024, em um depósito de bebidas.
Durante a ação, a vítima, que passava pelo local em sua motocicleta, tentou abordar um dos criminosos posicionados do lado de fora do estabelecimento. Neste momento, os demais comparsas, que estavam no interior do local, saíram e passaram a efetuar diversos disparos de revólver e fuzil contra o policial penal, que morreu no local. Um dos bandidos identificados por participar do crime foi Caio Felipe Ferreira da Cruz.
A DHC trabalha com a hipótese de que a morte do PM reformado Marcos Antônio Cortinas Lopes tenha sido um assassinato encomendado. A motivação do crime e a identidade do suposto mandante ainda estão sendo investigadas. Além de Caio, outras três pessoas foram identificadas pela polícia. Duas delas são suspeitas de pilotarem as motos usadas para dar fuga aos dois ocupantes do Cobalt.
O PM morto já havia sido preso, em 2020, por crime de receptação. Na ocasião, ele seria sócio de uma empresa de telecomunicações, que fornecia sinais de internet e de TV a cabo, na Zona Oeste. Em um depósito da empresa, policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE) encontraram equipamentos desviados de setores de telefonia. Por conta disto, Marcos Antônio chegou a ser condenado a uma pena de três anos e sete meses de prisão. Em agosto de 2024, a Justiça concedeu um habeas corpus, tornando nula uma decisão de pena privativa de liberdade. A partir daí, Lopes ganhou progressão para o regime aberto, estabelecendo a prisão albergue domiciliar.
Na época em que o assassinato ocorreu, a defesa do PM negou que o militar reformado tivesse qualquer tipo de ligação com grupos milicianos.
Em 2002, quando estava lotado no 14º BPM (Bangu) e era soldado, Lopes foi homenageado com uma moção de congratulações e aplausos na Assembleia Legislativa (Alerj) por participar de uma apreensão de armas na comunidade Santo André, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
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PM morto ao descer de BMW blindada: assassinos monitoraram vítima, diz MPRJ
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