PM acusado de matar mulher em Maricá é irmão de vereador e já teria agredido vítima antes; “achava que nada iria acontecer com ele”

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Sargento foi preso em flagrante por feminicídio; corpo da vítima será sepultado nesta quinta (18), em Itaboraí

min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 17 de setembro de 2025 – 18:21
Renato já tinha histórico de violência, segundo investigações

Renato já tinha histórico de violência, segundo investigações –

“Ele tirou minha irmã da nossa casa para matar”; foi assim que a irmã de Shayene Araújo definiu a saída da mulher de casa para morar com o sargento da Polícia Militar Renato César Guimarães Pinna. A mulher, de 27 anos, foi morta dentro de casa em Maricá, nesta terça (16). O agente, com quem se relacionava há cerca de três anos e morava junto há dois meses, foi preso em flagrante pelo caso.

Familiares e amigos da vítima estiveram no IML do Barreto na tarde desta quarta (17) para liberar o corpo. Em conversa exclusiva com O SÃO GONÇALO, eles contaram que o policial acusado pelo crime já tinha demonstrado comportamento violento com Shayene em outras ocasiões. Lotado no 35º BPM e irmão do vereador Paulo Ney, de Itaboraí, ele estava cedido pela corporação para atuar em Maricá e já teria insinuado que sua influência o deixaria impune de casos de violência.


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“Ele sempre se garantiu muito, achava que nada iria acontecer com ele. Todas as vezes que a minha irmã chamava a Polícia, a viatura nunca ia no nosso endereço. Ele era do Batalhão que atua no nosso bairro. [Shayene] não tinha manifestado, mas, em imagens de segurança, nós vimos o vídeo em que ele agredia ela. Quando ela ficava estressada, ela às vezes comentava que ele foi violento: ‘ele me deixou um galo na cabeça, ele fechou a porta na minha cara’…”, contou Dayane Araújo, de 31 anos, irmã da vítima.

De acordo com ela, ex-companheiras da vítima já tinham relatado episódios envolvendo agressões cometidas pelo policial. As investigações da Polícia Civil apontam que Renato não apenas já teria agredido Shayene no passado como também teria efetuado um disparo na direção dela em outra ocasião. No episódio passado, o tiro não a atingiu, segundo as investigações.

Autor: Reprodução | Descrição:

Renato morou na casa da família de Shayene por algum tempo até se mudar para outra casa junto da companheira, do filho do casal, de 10 meses, e do enteado, de 9 anos, fruto de um relacionamento passado da mulher. Todos estavam em casa no momento do disparo nesta terça (16). Foi o agente quem acionou a Polícia; para os oficiais, ele alegou que o disparo foi acidental.

Corpo da vítima foi liberado pela família nesta quarta (17) no IML do Barreto

Corpo da vítima foi liberado pela família nesta quarta (17) no IML do Barreto |  Foto: Enzo Britto

Em seu depoimento inicial, Renato disse que estava na sala com as crianças quando pediu para a mulher pegar sua arma no quarto. Em seguida, ele teria escutado o disparo e encontrou a mulher morta no quarto. A perícia, no entanto, constatou que o disparo, que atingiu a nuca de Shayene, não foi disparado por ela.

“O laudo está aí. Como um tiro acidental atinge a nuca? E minha irmã jamais se suicidaria ou algo do tipo. Minha irmã estava muito feliz. Estava empolgada entregando os convites do aniversário de um aninho do meu sobrinho. Aquilo ali foi um ato totalmente covarde”, disse a irmã da vítima.

“Ele sempre se garantiu muito, achava que nada iria acontecer com ele”, disse irmã da vítima |  Foto: Enzo Britto

Ainda na noite desta terça (16), Renato foi preso em flagrante por agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG). “Ele arrancou uma pessoa muito importante da gente. Era uma pessoa maravilhosa. [Shayene] era uma mãe maravilhosa, uma esposa maravilhosa, uma filha maravilhosa… Ele disse que isso acabou com a vida dele, mas não acabou com a vida dele. Ele acabou com a nossa vida, com a vida da mãe, com a vida do filho dele, do enteado dele”, lamentou uma amiga da vítima, que preferiu não se identificar.

O corpo de Shayene será sepultado nesta quinta-feira (18), no Cemitério Municipal São João Batista, em Itaboraí. O velório está previsto para começar às 11h.





Com informações da fonte
https://www.osaogoncalo.com.br/seguranca-publica/159216/pm-acusado-de-matar-mulher-em-marica-e-irmao-de-vereador-e-ja-teria-agredido-vitima-antes-achava-que-nada-iria-acontecer-com-ele

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