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Ao todo, 67 denunciados foram acusados de associação para o tráfico, e três deles também responderão por tortura. A ação mobiliza equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Base do projeto expansionista
Segundo o Ministério Público, o Complexo da Penha passou a desempenhar papel central na estratégia de expansão do Comando Vermelho por sua localização privilegiada, próxima a vias expressas que facilitam o transporte de armas, drogas e homens armados para outras regiões da cidade. O conjunto de favelas, formado por mais de dez comunidades, serve como corredor logístico e ponto de comando das operações da facção em áreas que vêm sendo disputadas com milícias, especialmente na Zona Oeste.
A denúncia destaca que a operação desta terça é consequência direta da ofensiva realizada em 29 de setembro, quando o GAECO e a Polícia Civil miraram criminosos ligados ao CV que dominam Gardênia Azul, César Maia e outras localidades de Jacarepaguá. Essas áreas, segundo o órgão, vêm sendo utilizadas para ampliar o controle territorial da facção em rotas estratégicas de distribuição de drogas e lavagem de dinheiro.
O principal alvo da operação é Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como a liderança máxima do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em comunidades da Zona Oeste. Segundo a denúncia, Doca exerce comando direto sobre as operações criminosas, determina a logística de abastecimento, define escalas de traficantes nos pontos de venda de drogas e autoriza execuções de rivais ou de membros da própria facção considerados “desleais”.
Também foram denunciados como líderes:
- Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala;
- Carlos Costa Neves, o Gadernal;
- Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão.
Eles são considerados responsáveis por decisões estratégicas da facção, incluindo expansão territorial, administração da arrecadação do tráfico e coordenação de ataques armados.
Estrutura criminosa e divisão de funções
Além das lideranças, o MPRJ denunciou outros 15 criminosos por exercerem funções de gerência: são responsáveis pela contabilidade do tráfico, abastecimento de armas e drogas, comunicação interna e pagamento de “soldados”. Os demais denunciados atuavam diretamente na linha de frente, realizando monitoramento armado de acessos, controle de rotas de fuga e segurança das chamadas “bocas de fumo”.
A denúncia foi recebida e os mandados de prisão foram expedidos pela 42ª Vara Criminal da Capital.
Expansão com caráter interestadual
O Ministério Público também destaca que parte dos denunciados tem atuação fora do Rio de Janeiro, levando o projeto expansionista do Comando Vermelho a outros estados. A partir da Penha, a facção envia ordens para “franquias” em diferentes regiões do país, replicando seu modelo de ocupação armada e exploração econômica do território.
