O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira acompanhará presencialmente o julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é o único dos oito réus a comparecer à primeira sessão em que a Primeira Turma da Corte iniciará a análise do caso.
— A gente acredita na Justiça e nas provas apresentadas nas alegações finais — afirmou ele ao chegar ao plenário da Primeira Turma.
Ex-ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio é acusado de ter apresentado a minuta golpista em uma reunião com os chefes das Três Forças Armadas, em 14 de dezembro de 2022, na sede da pasta.
Paulo Sérgio foi denunciado por cinco crimes: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
Entre os indícios listados pela Polícia Federal, estão as declarações ditas pelo general durante uma reunião ministerial ocorrida em 5 de julho de 2022. Na ocasião, o general tratou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como um “inimigo” – (“O que eu sinto nesse momento é apenas na linha de contato com o inimigo”). Ele também disse que as tratativas com a Corte tinham o objetivo de “reeleger” Bolsonaro ao cargo.
— Nós temos reuniões pela frente, decisivas pra gente ver o que pode ser feito; que ações poderão ser tomadas pra que a gente possa ter transparência, segurança, condições de auditoria e que as eleições se transcorram da forma como a gente sonha! E o senhor, com o que a gente vê no dia a dia, tenhamos o êxito de reelegê-lo e esse é o desejo de todos nós — afirmou ele, na ocasião.
Os investigadores apontam que o general manteve acesa a “narrativa de possível fraude eleitoral” por meio de uma nota divulgada pelo Ministério da Defesa em novembro de 2022 — o que reforçou os acampamentos golpistas montados em frente aos quarteis.
O texto dizia que a comissão das Forças Armadas não “excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022, embora não tenha apontado” nenhuma falha.
Os advogados de Paulo Sérgio consideraram “absurda” e “contrária à prova dos autos” a acusação de que o general atuou em prol de um golpe de Estado. A defesa citou trechos da delação de Cid para dizer que o militar agiu para conter o ex-presidente Jair Bolsonaro a assinar uma “doidera” e fazia parte do grupo dos “moderados”, segundo a colaboração.
Bolsonaro não vai
O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que seu cliente “não está bem de saúde” e por isso não irpa às primeiras sessões de seu julgamento no STF. Vilardi disse que esteve com o ex-presidente, mas não deu mais informações sobre qual seria o mal-estar de Bolsonaro.
— Ele não está bem de saúde. Aí tem que falar com os médicos — disse ao ser questionado por jornalistas.
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Paulo Sérgio Nogueira vai ao STF para acompanhar julgamento da trama golpista: 'Acredito na Justiça'
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