Na Câmara Municipal do Rio, o que deveria ser exceção virou rotina: a demora absurda no retorno de informações solicitadas pelos vereadores. A prefeitura, liderada por Eduardo Paes (PSD), levou até três anos para responder requerimentos — e algumas respostas chegaram quando os autores já não estavam mais no exercício do mandato. Em um caso ainda mais chocante, houve resposta destinada a um parlamentar que já havia falecido.
Na última semana, a Coordenadoria de Assessoramento Legislativo e Parlamentar iniciou uma força-tarefa para liberar os pedidos de informação acumulados no Centro Administrativo. Não se trata apenas de atraso, mas de um evidente desrespeito institucional.
Respostas fora do tempo
- Os ex-vereadores Waldir Brazão e Luciana Boiteux, que não foram reeleitos, receberam respostas referentes a requerimentos apresentados ainda em 2022, quando ocupavam cadeiras no Palácio Pedro Ernesto.
- Ainda mais insólito: o professor Célio Lupparelli, falecido em maio de 2024, teve uma indicação legislativa apresentada em 2023 respondida na edição de terça-feira do Diário Oficial.
A Câmara, marcada pela recorrente ausência de respostas, agora enfrenta o cenário oposto — mas não menos constrangedor: informações que chegam tarde demais, ultrapassando até o limite temporal da vida parlamentar.
Antes tarde do que nunca?
Há quem tente amenizar afirmando que, ao menos, as respostas foram publicadas. Porém, diante do contexto, resta a pergunta: dá para considerar isso aceitável?

