nova realidade na vida de 621 mil pessoas

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A auxiliar de serviços gerais Janaina da Silva, 50 anos, fez questão de abrir a torneira no quintal de sua casa no Morro do Barão, na Praça Seca, e lavar as mãos enquanto contava sua história:

— Passei muito tempo sofrendo com a falta de água, era até difícil escovar os dentes ou preparar uma comida. Hoje a água chega com força, regular, é um alívio imenso — disse Janaina.

Foi em 2025 que a realidade dela e da sua família mudou, após novas redes chegarem ao bairro onde mora, na Zona Norte da cidade. Janaína está entre os dois milhões de clientes inscritos na Tarifa Social da Águas do Rio e paga R$ 29 na sua conta mensal. Desde o início da concessão do contrato, há quatro anos, o número de beneficiados pelo desconto destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade social cresceu 110%.

O avanço do benefício acompanhou o trabalho das equipes para ampliar o acesso à água tratada e regularizada nas 27 cidades da área de atuação da concessionária. Em quatro anos, 621 mil pessoas passaram a receber água regularmente pela primeira vez. É um marco relevante, embora ainda tenha muito a ser feito. A meta do Marco Legal do Saneamento, legislação brasileira aprovada em 2020, é ter 99% da população atendida com água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto até 2033, a chamada universalização do serviço.

A futura Estação de Tratamento de Esgoto de Queimados será capaz de tratar o esgoto de 270 mil pessoas e tirar os detritos das portas das casas dos moradores — Foto: DIVULGAÇÃO ÁGUAS DO RIO

Alcançar a meta determinada pela lei significa que crianças, idosos e comunidades inteiras ficarão protegidos de doenças e ganharão mais qualidade de vida. A concessionária participa desse esforço e, para que mais pessoas sejam beneficiadas, aposta na criação do subsídio cruzado. Trata-se de um mecanismo que utiliza receitas de áreas com maior capacidade de pagamento para financiar não apenas as obras em locais historicamente esquecidos, mas, também, o benefício da Tarifa Social.

— Milhares de pessoas passaram a contar, pela primeira vez, com fornecimento contínuo de água, como é o caso da dona Janaina, da Praça Seca. Aliás, não se trata apenas de água e esgoto, mas de transformar realidades. Quando levamos saneamento a quem mais precisa, promovemos o desenvolvimento social, fortalecemos a educação e geramos oportunidades. É um círculo virtuoso para todo o estado — afirmou Anselmo Leal, presidente da Águas do Rio, empresa do grupo Aegea.

Nos últimos quatro anos, mais de dez milhões de moradores do estado do Rio de Janeiro foram atendidos na área de concessão, com investimentos que somam R$ 5,1 bilhões. Até o fim do contrato de concessão da Águas do Rio, que é de 35 anos, o valor chegará a R$ 40 bilhões. Antes disso, até 2033, prazo previsto no Marco Legal do Saneamento para a universalização dos serviços, o investimento será de R$ 19 bilhões.

20 MIL FAMÍLIAS ATENDIDAS

Julia Santana é outra moradora que relata a mudança em seu cotidiano desde que passou a receber água tratada com regularidade onde mora, no Parque Araruama, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

— Chegamos a ficar semanas sem ver cair água em casa. Mas, com as melhorias e a instalação da bomba no pé do morro, agora temos pressão suficiente para encher a caixa sem depender da vizinhança nem usar equipamento elétrico — disse Julia.

Resultados em 4 anos — Foto: Divulgação
Resultados em 4 anos — Foto: Divulgação

Em São João de Meriti, mais de 20 sistemas de bombeamento foram instalados pela Águas do Rio em pontos estratégicos, beneficiando 123 mil moradores, muitos vivendo nas áreas mais elevadas da cidade. Cerca de 40 quilômetros de novas tubulações também estão garantindo o fornecimento contínuo a 20 mil famílias, que passaram a receber água tratada com regularidade.

A Baixada Fluminense é uma região historicamente marcada pela falta de infraestrutura. A empresa está investindo ali R$ 750 milhões em obras inéditas de esgotamento sanitário. Mais de 700 quilômetros de tubulações estão sendo instalados em Japeri e Queimados, e a futura Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) será capaz de tratar o esgoto de 270 mil pessoas. Além de tirar os detritos das portas das casas dos moradores, essas obras vão evitar que mais de 51 milhões de litros de esgoto, que hoje chegam in natura à Bacia do Guandu — manancial que abastece 80% da Região Metropolitana do Rio —, sejam despejados no meio ambiente.

Praia limpa para moradores, mas o trabalho continua

Água limpa na Praia do Flamengo: os moradores e os visitantes já estavam descrentes de que isso pudesse voltar a acontecer — Foto: RICARDO GOMES/INSTITUTO MAR URBANO
Água limpa na Praia do Flamengo: os moradores e os visitantes já estavam descrentes de que isso pudesse voltar a acontecer — Foto: RICARDO GOMES/INSTITUTO MAR URBANO

Quem passa hoje pelas praias do Flamengo, da Glória e de Paquetá sente logo a diferença. Durante décadas, os moradores e visitantes desses locais sofreram com a poluição das águas. A descrença de que, um dia, a situação poderia ser resolvida era unânime.

Mas o trabalho da Águas do Rio mudou essa situação. Com a recuperação de sistemas deteriorados, tubulações, com a modernização de estações de tratamento de esgoto e de elevatórias, 119 milhões de litros de esgoto deixaram de cair na baía todos os dias. Resultado direto: água limpa hoje é a regra nas praias do Flamengo, da Glória e de Paquetá. A promessa agora é que a melhoria chegue também às praias da Ilha do Governador e de São Gonçalo ainda em 2026.



Com informações da fonte
https://extra.globo.com/conteudo-de-marca/aguas-do-rio/noticia/2025/10/agua-tratada-na-torneira-nova-realidade-na-vida-de-621-mil-pessoas.ghtml

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