Nordeste: Maceió libera avanço no sinal vermelho para proteger motoristas de assaltos

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Em mais um reflexo da escalada da violência que assola as cidades brasileiras, Maceió, capital de Alagoas, adotou nesta semana uma medida drástica: liberar o avanço de semáforos vermelhos durante a madrugada. A decisão, oficializada pela Portaria nº 0449/2025 do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), permite que motoristas e motociclistas ultrapassem sinais entre 23h e 5h, desde que o façam com cautela e respeitando os limites de velocidade.

Semáforo virou ponto de risco

A justificativa é clara: parar em cruzamentos durante a madrugada tem se tornado um convite ao crime. Assaltos a motoristas parados em sinais se multiplicaram, transformando o simples ato de respeitar a sinalização em uma ameaça à vida. “Com o crescimento das cidades, algumas medidas se tornam necessárias para combater crimes. Muitas vezes, a simples parada em um horário mais tardio deixa o condutor exposto a atos criminosos”, afirmou André de Alcântara Costa, diretor-presidente do DMTT.

Impunidade e desencarceramento: a equação do medo

Especialistas em segurança pública apontam que a medida é sintomática de um sistema em colapso. A legislação penal brasileira, considerada por muitos como ultrapassada, aliada à política de desencarceramento promovida pelo governo federal, tem alimentado um ciclo de impunidade. Criminosos reincidentes voltam às ruas em questão de dias, enquanto cidadãos comuns são obrigados a adaptar sua rotina para sobreviver.

Legislação travada, sociedade vulnerável

Enquanto o Congresso Nacional debate reformas penais há anos sem avanços concretos, cidades como Maceió são forçadas a flexibilizar regras básicas de trânsito para proteger seus moradores. A liberação do avanço no sinal vermelho não é um privilégio — é um sintoma. Um alerta de que a segurança pública deixou de ser uma garantia constitucional e passou a ser uma questão de sobrevivência.

O Brasil que avança no sinal, mas recua na segurança

A decisão de Maceió ecoa em outras capitais que já adotaram medidas semelhantes. Mas o que deveria ser exceção está se tornando regra. Em um país onde a violência dita o comportamento urbano, a pergunta que fica é: até quando a sociedade precisará se adaptar ao medo, enquanto o Estado falha em garantir o básico?



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2025-09-10 07:00:00

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