No dia seguinte à operação mais letal da história do Rio, Alerj vota projetos que reformulam a PM e ampliam atenção à saúde mental dos agentes

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A reformulação da Polícia Militar (PM) é o principal item da pauta desta quarta-feira (29) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). As propostas chegam ao plenário um dia depois da operação mais letal da história do estado, que deixou 64 mortos – 60 suspeitos e quatro policiais, dois deles do Bope – nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. Os dois projetos de lei do governador Cláudio Castro (PL) reformulam a estrutura da coporação e permitem o retorno temporário de policiais e bombeiros da reserva.

A operação, que reuniu 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, teve como foco lideranças do Comando Vermelho e resultou na prisão de 81 suspeitos e na apreensão de 93 fuzis. O saldo expôs a dimensão da violência e reacendeu o debate sobre o modelo de enfrentamento adotado no estado.

O tema deve ecoar no plenário da Alerj, especialmente diante de um projeto que foca em saúde mental e valorização dos profissionais de segurança.

Projeto pauta reorganização da PM e foca na saúde mental dos agentes

O primeiro projeto na pauta propõe uma ampla readequação do efetivo da corporação à nova Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares. O texto fixa o número total de integrantes da corporação em 60.471 militares, distribuídos em 79 coronéis, 291 tenentes-coronéis, 732 majores e 871 capitães, além de mais de 37 mil soldados.

Uma das principais inovações é a criação dos cargos de coronel enfermeiro e coronel psicólogo. O secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo Meneses, defendeu o projeto durante reunião na Comissão de Constituição e Justiça e destacou que cerca de 5% do efetivo – aproximadamente dois mil policiais – estão afastados por problemas psicológicos, e que o índice de suicídio entre os militares é quatro vezes superior ao da população geral.

O projeto também inclui assistentes sociais no quadro complementar e reestrutura os quadros técnicos. Segundo o governo, a proposta não gera aumento de despesas, pois faz o remanejamento de cargos existentes.

Retorno temporário de policiais e bombeiros da reserva também será debatido hoje

O segundo projeto, também de autoria do Executivo, cria um programa de Prestação de Tarefa por Tempo Certo (PTTC), que permitirá o retorno temporário de policiais militares e bombeiros da reserva remunerada. A medida autoriza a recondução desses profissionais para funções administrativas, técnicas ou de apoio, sem envolvimento em confrontos armados.

Segundo o governo, o objetivo é liberar policiais da ativa para o patrulhamento de rua e ações de Defesa Civil, especialmente nos programas Segurança Presente, Lei Seca e Operação Foco (antiga Barreira Fiscal). O retorno será temporário, mediante processo seletivo, e com prazo máximo de nove anos. Em casos excepcionais, militares reformados também poderão ser readmitidos.

A votação ocorre em discussão única e, se os projetos receberem emendas parlamentares, podem ser retirados de pauta para ajustes técnicos.

Secretário da PM diz que cerca 5% dos policiais estão afastados por problemas psicológicos e índice de suicídio é quatro vezes maior que da população em geral – Foto: Divulgação/PMERJ



Com informações da fonte
https://temporealrj.com/no-dia-seguinte-da-operacao-mais-letal-da-historia-do-rio-alerj-vota-projetos-que-reformulam-a-pm-e-ampliam-atencao-a-saude-mental-dos-agentes/

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