No ar em 'Êta mundo melhor', Monique Alfradique fala sobre amor-próprio, autocuidado e relacionamentos: 'Sigo acreditando no amor'

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Monique Alfradique atende a ligação com aquele tom de quem atravessou o país e ainda assim chegou inteira. “Tô vindo de Porto Alegre, gravei o ‘Caldeirão do Mion’, meu voo atrasou… desculpa entrar uns minutinhos depois”, diz ela, já entregando a correria da vida real antes de mergulhar no universo que tem animado seus dias: Tamires, sua personagem em “Êta mundo melhor!”. Aos 39 anos, a atriz já viveu de tudo um pouco na ficção. Foi personal trainer, vilã, patricinha, mocinha, trabalhou com humor e drama. Agora é uma mulher ruiva, sensual e transgressora dos anos 50.
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— É uma personagem diferente de tudo que já fiz. É o espelho de muitas mulheres que precisaram escolher entre um amor e a própria presença. Tamires traz essa nossa coragem de se escutar, romper padrões. Seguir seu caminho, mesmo que doa, acaba sendo um ato de carinho.
Na trama, recentemente foi revelado que a personagem se chamava Elisete e que abandonou um noivo no altar para viver a vida que imaginou para si. Monique conta que vem de uma linhagem de mulheres fortes e reconhece na gerente do Dancing algo que nunca viveu: a ausência do apoio familiar.
— Sou de uma família de mulheres corajosas, que desde cedo me ensinaram a correr atrás dos meus caminhos. Eu sempre tive incentivo da minha família para ir atrás dos meus sonhos — afirma Monique, que comentou a cena em que a personagem reencontra o ex-noivo, Túlio (Cadu Libonati): — Fiquei superemocionada. Tamires me lembrou da coragem silenciosa que a gente precisa ter.
Monique afirma que a personagem se posiciona. Mesmo diante de Ernesto (Eriberto Leão), seu ex-amante abertamente machista, ela nunca recuou. Quando a conversa se volta para a vida real, a atriz diz que seu jeito é mais equilibrado do que o da dançarina na hora em que o assunto é o preconceito contra as mulheres:
— Sou mais equilibrada, mas me coloco, enfrento. Só assim, aos poucos, com diálogo, a gente consegue mudar isso. É um processo que começa em casa, na escola… Embrionário mesmo.
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Metamorfose ambulante
A mudança para viver a personagem fez a niteroiense trocar o louro de anos por um ruivo.
— Foi um baque! As personagens só iam mudando o estilo do cabelo. Acho que minha transformação mais radical tinha sido em “Cinquentinha” (minissérie da Globo de 2009), quando cortei bem curto — conta ela, completando: — Hoje, não consigo ver Tamires loura. O ruivo dá mistério, força. Mas não sei se continuaria com essa cor depois, acho que é muito dela.
Intérprete de Tamires em “Êta mundo melhor”, Monique Alfradique posa para a CANAL EXTRA em ensaio fotográfico
Henrique Tarricone @tarricone
A caracterização segue uma bússola clara: Rita Hayworth e Marilyn Monroe. Vestidos justos, cintura marcada por cintas que desafiam a respiração… Tudo isso Monique vem experimentando:
— O andar da Marilyn me inspirou muito. Ela usava tudo muito justo. Meus figurinos são todos assim. Uso uma cinta que aperta bem a cintura, como na época, e isso já muda a postura — conta a ex-paquita da Xuxa: — As mulheres daquela época lutavam por aquela cintura fina, era o padrão. É lindo na tela, só que usar cinta é inviável. Você toma um copo d’água e tem que soltar (risos).
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Mas foi a construção da personalidade de Tamires que a animou mais.
— Mauro Wilson e Walcyr Carrasco (autores) colocavam umas pitadinhas de francês no texto e pedi pra abraçar de vez. Veio de uma história de uma paixão antiga dela, um francês que nunca esqueceu. Aí fiz aulas para aprender mais palavras.
Intérprete de Tamires em “Êta mundo melhor”, Monique Alfradique posa para a CANAL EXTRA em ensaio fotográfico
Henrique Tarricone @tarricone
O canto também foi mais uma travessia.
— Tenho uma timidez que sempre tentei camuflar. Mas com “Eta mundo melhor!” não teve jeito: tive que cantar e me entregar para fazer as apresentações do Dancing. Estudei dança e canto — conta Monique, que monta uma playlist para cada papel que interpreta.
A de Tamires é Billie Holiday!
— Escuto Billie até chegar aos estúdios. Enquanto faço o cabelo… Demoro cerca de uma hora e meia a duas horas pra ficar pronta — conta ela, que para sair da personagem adota outra postura: — Preciso me descaracterizar completamente. Tiro o topete, coloco uma música mais astral.
Intérprete de Tamires em “Êta mundo melhor”, Monique Alfradique posa para a CANAL EXTRA em ensaio fotográfico
Henrique Tarricone @tarricone
A dançarina exigiu ainda da atriz um corpo específico. Adepta dos exercícios físicos, ela passou a fazer menos musculação para garantir um visual mais anos 50.
— Intensifiquei o aeróbico. Naquela época, as mulheres até emagreciam, mas não tinha essa coisa da definição da mulher de hoje em dia — explica Monique, que segue praticando ioga: — Me ajuda a canalizar a ansiedade. É uma pausa nessa vida tão cheia de compromissos. É um momento meu.
Pressão estética? Ela já entendeu onde deve pisar. E, principalmente, onde não deve pisar.
— Hoje eu faço exercício praticamente para a minha mente. É o momento em que eu escuto audiolivro, estudo cena, fico comigo. Gosto de caminhar, escutar música… Acho que a gente está, aos poucos, se libertando desses padrões. A aceitação vem de dentro — afirma ela, filosofando: — A beleza está conectada com a forma como a gente está com a gente mesma. Quando você se sente infeliz no trabalho, no relacionamento, está passando por algum problema, isso aparece no olhar, no bom-dia que você dá. Não tem muito como esconder. Quando você se conecta com seus desejos, com o caminho que está trilhando, tem coerência nas escolhas… isso também transparece. Não tem a ver só com pele, cabelo, essas coisas. Claro que a gente cuida do exterior, mas o que está dentro é muito mais importante.
Intérprete de Tamires em “Êta mundo melhor”, Monique Alfradique posa para a CANAL EXTRA em ensaio fotográfico
Henrique Tarricone @tarricone
Segundo a ex-paquita, o aprendizado foi lento.
— A gente escuta julgamento o tempo inteiro, principalmente mulher. Pela aparência, pela forma como a gente se coloca. Então, tem que entender quem você é, seus desejos, onde você quer chegar. Pelo menos descobrir o que não quer, para colocar limites. Trabalho há muito tempo, desde muito novinha, então fui aprendendo ao longo do caminho, mas aos pouquinhos, a criar esse amor por mim mesma e me fortalecer.
Monique não credita essa força apenas ao autocuidado individual. Para ela, há um ecossistema emocional em jogo.
— Tudo tem a ver também com as pessoas que nos cercam. Precisamos de gente que torça por nós, que nos alavanque. Acho que é isso que vai nos moldando. E também aceitar críticas, aquelas críticas de quem ama, que fazem você refletir e evoluir. Isso é precioso.
Intérprete de Tamires em “Êta mundo melhor”, Monique Alfradique posa para a CANAL EXTRA em ensaio fotográfico
Henrique Tarricone @tarricone
Amor de várias formas
Em seu Instagram, os livros que lê marcam presença constante nos stories, e ela confirma: está mesmo com um na mão o tempo inteiro. O da vez é “Tudo sobre o amor: novas perspectivas”, de Bell Hooks.
— Foi a Jeniffer Nascimento (a Dita da novela) que me indicou. E tem sido muito especial. A gente é movido pelo amor, pela gente mesmo, pelo trabalho, pelas pessoas. Entender o que é o amor de fato… o livro tem clareado muita coisa.
E não é só nas fotos deste ensaio fotográfico que Monique aparece numa vibe romântica. Solteira, a atriz afirma que segue acreditando na vida a dois.
— Hoje estou centrada em mim, mas sigo acreditando no amor. Sinto falta de olho no olho, dos encontros. Acredito que hoje as relações estão muito rápidas, rasas. Amar de verdade exige presença, paciência, persistência… Acho que, com essa coisa de rede social, as relações acabaram ficando muito frágeis — reflete.
Intérprete de Tamires em “Êta mundo melhor”, Monique Alfradique posa para a CANAL EXTRA em ensaio fotográfico
Henrique Tarricone @tarricone
Apresentadora na área
Além do trabalho na novela, Monique é apresentadora e coprodutora do gameshow de namoro “Crush animal”, no Multishow, que estreia a segunda temporada no dia 28.
— Para o “Crush animal”, tentei trazer uma sala de mulheres. A diretora Carol Durão, a Andrea Batitucci, que criou comigo, as roteiristas… Eu busco isso: mulheres potentes com essa sensibilidade para falar de relacionamento.
Já o “Beach life”, no canal E!, tem previsão de estreia para 5 de dezembro.
— Nesse reality, exploramos o Rio de Janeiro. Urca, Aterro do Flamengo, várias praias. O programa tem muito de mim, com convidados, exercícios, trilhas — diz ela, que elenca seus lugares preferidos na sua cidade, Niterói: — Gosto muito do Museu de Arte Contemporânea, da Praia de Icaraí e de Itacoatiara. Passei toda minha infância e adolescência lá.
Intérprete de Tamires em “Êta mundo melhor”, Monique Alfradique posa para a CANAL EXTRA em ensaio fotográfico
Henrique Tarricone @tarricone
Atualmente, ela mora no Rio, mas tem um flat em São Paulo, onde também trabalha muito. E conta que vive com a mala pronta.
— Hoje em dia, sou bem prática. É botar um guarda-chuva, uma jaqueta, uma bota, uma regata e foi, sabe? — diverte-se.
E não vai ser desta vez que ela voltará a desfilar na Sapucaí. Segundo a atriz, que costuma ser destaque na Grande Rio, a agenda não deixou:
— Para dar conta de tudo, tenho que fazer escolhas. Estou me dedicando mais ao lado empreendedora e produtora. Tenho feito muitas reuniões. Mas, com certeza, estarei na Avenida! Sou de família carnavalesca. Meu coração bate em samba.
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Com informações da fonte
https://extra.globo.com/entretenimento/tv/noticia/2025/11/no-ar-em-eta-mundo-melhor-monique-alfradique-fala-sobre-amor-proprio-autocuidado-e-relacionamentos-sigo-acreditando-no-amor.ghtml

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