Mototaxista foi levado para a Vila Kennedy ao ser confundido com milicianoReprodução/Redes Sociais
Ao DIA, o mototaxista contou que havia deixado um passageiro na Estrada do Mendanha, em Campo Grande, também na Zona Oeste, e quando voltava foi abordado por um homem que questionou se poderia levá-lo até a Avenida Brasil por R$ 10 e ele aceitou. Ao se aproximarem do destino, o criminoso enconstou uma arma na cintura do condutor e ordenou que entrasse na Vila Kennedy.
A vítima relatou que chegou a pedir para o bandido o liberar, porque a motocicleta era alugada, mas acabou sendo levado para a comunidade. O mototaxista ainda teve que dizer a região onde mora e, por ser uma área controlada pela milícia, os bandidos acreditaram que ele também tinha envolvimento com o grupo criminoso. O homem ficou preso e sofreu agressões como coronhadas e pauladas.
“Se não fossem os ‘caras’ (policiais) chegarem lá, eu não estava aqui, não. Eles entravam e falavam que iam me ‘picar’ todinho, que iam fazer vídeo. Eles acharam que eu era da milícia. Levaram minha moto, meu telefone. Vou ter que falar com o ‘moleque’, porque a moto está no nome dele. Estou numa situação que eu não sei o que faço”, desabafou o mototaxista.
O rapaz foi resgatado por policiais civis na manhã desta quarta-feira (19), cerca de três dias depois do sequestro, quando os agentes atuavam na comunidade em mais uma etapa da Operação Contenção, junto com a Polícia Militar. A ação acontece para combater a expansão do Comando Vermelho, além do roubo e desmanche de veículos. Até o momento, 18 criminosos foram presos e outros dois morreram em confronto na região.
De acordo com o titular da 34ª DP (Bangu), a vítima foi localizada na sala de uma casa da Vila Kennedy que era usada por traficantes da área para torturas contra rivais. “É uma prática comum da facção, no momento que se depara com rivais, com miliacianos ou pessoas que eles acham ser milicianos, torturar para que revelem informações que possam resultar em ataques contra a facção rival”, afirmou o delegado Alexandre Cardoso.
Bandidos usavam escola como esconderijo de drogas
Segundo o delegado Alexandre Cardoso, boa parte das instituições de ensino têm ciência do ocorrido, mas os profissionais acabam ficando com medo de denunciar. Apesar disso, na unidade onde as drogas foram localizadas nesta quarta-feira, a direção não tinha conhecimento do caso. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, o material estava em uma área desativada no terreno da escola.
*Colaborou Reginaldo Pimenta

