- Especialistas alertam que falhas evitáveis na hora de prescrever e administrar medicamentos colocam pacientes em risco diariamente Freepik Organização Mundial da Saúde estima que um a cada 20 pacientes sofra algum tipo de problema ligado ao uso incorreto de medicamentos A segurança do paciente é um dos grandes desafios da saúde atualmente, e os erros com remédios estão entre as ocorrências mais comuns e preocupantes. A Organização Mundial da Saúde estima que um a cada 20 pacientes sofra algum tipo de problema ligado ao uso incorreto de medicamentos, sendo que quase um quarto desses casos são graves ou podem levar à morte. Além do impacto na vida das pessoas, o custo total desses erros chega a 42 bilhões de dólares ao ano. Um retrato preocupante ao redor do mundo
- Como está a situação no Brasil
- Como evitar que esses erros aconteçam
Um retrato preocupante ao redor do mundo
Nos Estados Unidos, são mais de 100 mil relatos de erros por ano à agência reguladora local e cerca de 1,3 milhão de pessoas sofrem consequências relacionadas a uso inadequado de remédios. No Reino Unido, o problema ganha proporção ainda maior: são cerca de 237 milhões de falhas por ano, das quais 50 milhões têm alto risco de causar danos graves à saúde. Pesquisas mostram que a maior parte dessas falhas ocorre durante a administração dos remédios (54%), seguida de problemas na hora de receitar (21%) e na dispensação (16%).
Como está a situação no Brasil
A realidade nacional é motivo de alerta. Estudo em hospitais universitários mostra que 30% das doses aplicadas já apresentaram algum tipo de erro, especialmente ligados ao horário, quantidade ou forma de uso. Farmácias em hospitais também têm resultados preocupantes: entre 11,5% e 34% dos remédios entregues apresentaram algum problema. Dados da Anvisa de 2019 mostram que mais da metade dos erros notificados aconteceram durante a aplicação dos remédios, enquanto 22% estavam ligados à receita e 16% à entrega. Além disso, estima-se que até 24 mil mortes por ano sejam causadas por intoxicação ligada a remédios, embora nem todas possam ser atribuídas só a falhas humanas.
Como evitar que esses erros aconteçam
Especialistas destacam que muitas dessas situações poderiam ser prevenidas com mudanças simples, como análise das prescrições por farmacêuticos, protocolos mais detalhados de conferência e uso de sistemas digitais de apoio para tomar decisões. Investir na atualização constante dos profissionais de saúde e o envolvimento dos pacientes — conferindo sempre o nome dos remédios, dosagens e horários — também ajuda a diminuir os riscos.
Mais do que números, os erros com remédios mostram a urgência de valorizar a segurança em todas as etapas dos cuidados de saúde. Encarar o problema de forma transparente e agir para prevenir pode salvar vidas e evitar prejuízos enormes para hospitais e redes de saúde.
Dr. Alfredo Salim – CRM SP 43163 | RQE 132808
Clínica Médica e Head Nacional da Brazil Health