Metade das câmeras da Polícia Civil falhou em megaoperação contra o Comando Vermelho, aponta ofício enviado ao STF

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Policiais durante operação na Gardênia Azul, no fim de setembro, também no âmbito da Contenção — Foto: Gabriel de Paiva


Um relatório interno da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro entregue ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, mostrou que durante a operação “Contenção”, realizada no último dia 28 de outubro, estavam previstas 62 câmeras corporais para registrar a atuação dos agentes, mas metade delas ficou inoperante devido a problemas técnicos.

Segundo o documento, apenas um quarto dos policiais teve registro completo: dos 60 agentes que utilizaram câmeras, muitos enfrentaram dificuldades para retirar os equipamentos no início da operação. A coordenadoria relata que, após acionamento técnico junto à empresa L8, constatou-se que uma das docas — estação de carregamento e armazenamento — apresentava falha, deixando 32 câmeras fora de uso.

O material entregue ao STF faz parte de uma exigência feita por Moraes, que é o relator temporário da ADPF das Favelas. Na semana passada, o ministro havia determinado que o governo do Rio entregasse uma série de documentos a respeito da operação megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em mais de 120 mortos. 

De acordo com o relatório da CORE, apesar das falhas todas as imagens captadas foram classificadas como “EVIDÊNCIA”, garantindo preservação conforme contrato. O material também detalha que dois servidores precisaram trocar de equipamento durante a ação, o que indica improviso para manter parte do registro.

O relatório também menciona dificuldades enfrentadas por policiais para retirar os equipamentos devido à instabilidade do sistema, o que motivou a abertura de chamado técnico.

Na semana passada, o coordenador da Core, delegado Fabrício Oliveira, havia dito em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que menos da metade dos integrantes da unidade de elite da Polícia Civil que participaram da megaoperação estava usando câmeras corporais. Estavam presentes 128 agentes, mas apenas 57 estavam com o equipamento.

De acordo com Oliveira, a Core tem cem câmeras disponíveis, mas houve um problema na liberação dos equipamentos, que deixou ao menos 32 indisponíveis. “A gente teve 57 policiais com câmeras e 32 a própria empresa disse que, no dia, estavam indisponíveis por um problema deles, da empresa”, afirmou o coordenador, no depoimento.



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2025/11/17/metade-das-cameras-da-policia-civil-falhou-em-megaoperacao-contra-o-comando-vermelho-aponta-oficio-enviado-ao-stf.ghtml

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