Deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira, a operação “Sentinela” identificou, no decorrer das investigações, conversas em que integrantes de uma organização criminosa mencionavam possíveis ataques contra autoridades públicas. Entre os alvos citados, estavam integrantes da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário. A ação teve como objetivo enfraquecer o núcleo financeiro da organização criminosa, sediada no Vale dos Sinos.
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A ofensiva foi conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), sob coordenação dos delegados Adriano Nonnenmacher e Rafael Liedtke. Ao todo, 70 policiais da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD) e da Divisão de Inteligência (Dipac) participaram da ação, que também contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Rodoviária Estadual.
Diretor Geral do Denarc, o delegado Carlos Henrique Wendt, afirmou que todas as menções a possíveis atentados serão analisadas.
— Qualquer menção a atentados contra autoridades será devidamente apurada, para que os envolvidos sejam exemplarmente responsabilizados nos termos da lei — afirmou.
Bloqueio milionário e prisão de 10 suspeitos
O delegado Alencar Carraro destacou que a operação atinge um nível relevante da estrutura do narcotráfico no estado: no total, foram cumpridas 29 medidas cautelares, entre bloqueios de contas bancárias, mandados de busca e apreensão e ordens de indisponibilidade de veículos. O valor bloqueado foi de aproximadamente R$ 3 milhões.
A ação resultou na prisão de dez suspeitos, apontados como gerentes do grupo. Segundo a polícia, eles mantêm vínculos com investigados presos na Operação Borgata, em 2019, quando foram apreendidos R$ 10 milhões em bens. Foram apreendidos drogas, aparelhos celulares e três veículos. Outros sete automóveis foram tornados indisponíveis por ordem judicial.
As investigações apontam que o grupo utilizava diferentes métodos de lavagem de dinheiro, incluindo “dissimulações estruturadas”, “pulverizações”, “smurfings”, “fracionamentos” e “triangulações”.
Também foram identificados o uso de contas de terceiros, contas de passagem e pessoas jurídicas, além da negociação de veículos e de pequenos depósitos para movimentar recursos de origem ilícita, driblar as autoridades e ocultar as práticas criminosas.
