Uma megaoperação realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou cinco mortos — quatro suspeitos e um policial civil. A ação mobilizou cerca de 2.500 agentes das forças de segurança do estado, com o objetivo de prender aproximadamente 100 integrantes do Comando Vermelho (CV).
A ofensiva integra mais uma etapa da Operação Contenção, iniciativa permanente do governo do Rio de Janeiro para conter o avanço da facção em diferentes regiões do estado. Segundo as investigações, os complexos do Alemão e da Penha abrigam chefes do CV tanto do Rio quanto de outros estados.
Durante a operação, houve intensa troca de tiros e os criminosos ergueram barricadas em chamas. Colunas de fumaça puderam ser vistas de vários pontos da cidade. A Polícia Civil informou que traficantes também lançaram explosivos com drones e tentaram escapar em grupo pela parte alta das comunidades — cena que remete à ocupação do Alemão em 2010.
Balanço parcial
- Mortos: quatro suspeitos (dois da Bahia e um do Espírito Santo, além de outro ainda não identificado) e um policial civil.
- Feridos: quatro policiais civis, dois policiais militares e três civis — um homem em situação de rua atingido nas costas, uma mulher ferida dentro de uma academia (já recebeu alta) e um homem baleado em um ferro-velho.
- Presos: 25 suspeitos, sendo cinco feridos e internados sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
- Apreensões: 10 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas.
Entre os detidos está Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, um dos principais chefes do Comando Vermelho.
O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a operação foi planejada com antecedência e não contou com apoio do governo federal.
“Toda essa logística é do próprio estado. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro”, disse o secretário.
Santos destacou ainda que cerca de 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas e classificou a ação como “necessária e baseada em inteligência”.
“Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma operação planejada, com propósito de restabelecer o controle estatal nessas regiões, e que vai continuar”, concluiu.
