Líder até quando? A virada baiana que Eduardo Paes não pode ignorar

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A virada baiana nas eleições para governador em 2022 não foi apenas um episódio eleitoral — foi um alerta. A política brasileira, marcada por reviravoltas e campanhas intensas, mostrou mais uma vez que pesquisas não elegem ninguém. E essa lição ecoa agora no Rio de Janeiro, onde o prefeito Eduardo Paes (PSD) lidera com folga a corrida pelo governo estadual em 2026, com 54,8% das intenções de voto no cenário estimulado, seguido de longe pelos adversários.

Favoritismo nas pesquisas não é garantia de vitóriaA lição é clara: eleição se ganha nas urnas

Em abril de 2022, a Bahia também parecia ter um governador eleito por antecipação. ACM Neto (União Brasil), ex-prefeito de Salvador, liderava com folga as pesquisas: 55,4% contra apenas 16% de Jerônimo Rodrigues (PT), um nome pouco conhecido fora dos círculos internos do governo estadual. Mas seis meses depois, o que parecia impossível aconteceu: Jerônimo virou o jogo e venceu com 52% dos votos válidos, contra 47% de ACM Neto.

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Favoritismo nas pesquisas não é garantia de vitória

Assim como ACM Neto, Eduardo Paes é um político experiente, com forte presença na capital e apoio consolidado em diversas regiões. Mas a Bahia ensinou que carisma, estrutura e números não bastam quando a campanha começa a fervilhar. Jerônimo Rodrigues, então secretário de Educação, foi subestimado — e capitalizou o apoio do ex-presidente Lula, a força do PT no estado e uma campanha de base que cresceu silenciosamente até tomar forma.

No Rio, Paes — também candidato de Lula — já articula alianças com ex-prefeitos do interior e distribui cargos estratégicos em sua gestão municipal, mirando apoios regionais e tentando ampliar sua base fora da capital. Mas, ao contrário da Bahia, o cenário político fluminense é dominado pelo bolsonarismo, como mostra o desempenho de Flávio Bolsonaro liderando a disputa ao Senado.

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A lição é clara: eleição se ganha nas urnas

Se a Bahia ensinou algo em 2022, é que a política é feita de viradas, surpresas e mobilizações que desafiam os prognósticos. Eduardo Paes pode estar à frente hoje, mas cantar vitória antes da hora é ignorar o recado das urnas baianas: não existe eleição ganha.

 



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2025-09-07 12:00:00

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