O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, voltou a comentar, nesta quarta (29), a operação policial que deixou mais de 120 mortos no Rio. Durante coletiva em Brasília, ele confirmou que está a caminho da capital fluminense para conversar pessoalmente com o governador Cláudio Castro (PL).
Lewandowski participou de reunião com o presidente Lula (PT) sobre o assunto. “O presidente ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais e também se mostrou surpreso que uma operação desta envergadura fosse desencadeada sem conhecimento do governo federal”, afirmou o ministro.
Os ministros Rui Costa, da Casa Civil; Anielle Franco, da Igualdade Racial; e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, também participaram do encontro com Lula.
Possibilidade de GLO no Rio não foi comentada em reunião, segundo Lewandowski
Outro assunto que o ministro comentou na coletiva foi um possível decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado. Lewandowski esclareceu que a possibilidade não chegou a ser discutida com a presidência.
“A operação de GLO, que diz respeito à Garantia da Lei e da Ordem, primeiro tem que ser requerida formalmente pelo governador. Não é uma ação espontânea do governo federal ou do presidente da República”, destacou.
Ele espera apurar mais detalhes sobre como o governo operou e organizou a ação durante a conversa com Castro. “A primeira impressão que se tem é que foi uma operação extremamente cruenta, extremamente violenta. Vamos pensar se esse tipo de ação é compatível com o estado democrático de direito, que nos rege a todos a partir do advento da Constituição de 1988”, disse.
Polícia Federal considerou que ação no Rio ‘não era uma operação razoável’ para participar
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também participou da coletiva em Brasília e deve conversar com Castro. Ele disse que as forças de segurança do Rio comunicaram a ação “em nível operacional”, mas que a instituição não foi informada de que ocorreria nesta terça (28). Além disso, a PF também não considerou “razoável” sua atuação na operação.
“Nós não fomos comunicados que seria deflagrada nesse momento. Houve contato anterior, do setor de inteligência da PM com nosso pessoal no Rio, para ver se haveria alguma possibilidade de atuarmos em algum ponto nesse contexto. A partir da análise do planejamento operacional, a nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse”, destacou Andrei.
