O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira que está em curso a “maior operação da história brasileira” contra a infiltração do crime organizado no mercado de combustíveis.
— Está é uma das maiores operações da história contra o crime organizado, sobretudo na sua atuação no mercado legal — afirmou Lewandowski, em coletiva no Palácio da Justiça.
— Hoje, para o governo do Brasil, é um momento muito auspicioso no que diz respeito ao crime organizado. Há muito tempo temos acompanhando um fenômeno que é a migração do crime organizado da ilegalidade para a legalidade — acrescentou o ministro, destacando o “entrosamento” entre diversos órgãos responsáveis pela megaoperação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também ressaltou o “resultado extraordinário” da ação integrada dos órgãos policiais, secretarias fazendárias e Ministério Público.
— Deu um resultado extraordinário no dia de hoje. Estamos falando de uma ação de âmbito nacional. O crime se sofistica e o Estado tem que sofisticar a sua atuação contra o crime. A fiscalização da Receita tem que ser colocada à disposição dos órgãos policiais — afirmou Haddad.
O ministro da Fazenda afirmou que a operação “inaugura uma nova forma de trabalhar” contra o crime organizado. Segundo ele, o foco se deu no setor de combustíveis porque era o que estava mais evidente.
— Nós estamos com essas operações tentando desmantelar a refinaria do crime. Escolhemos o setor de combustível, porque estava mais à vista, mas precisava desse esforço de colaboração nacional para chegar no coração do problema. Eu espero que essa coordenação entre nós se intensifique, que a gente deixe de lado as disputas menores — disse Haddad.
De acordo com as investigações, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) usava mais de mil postos de combustíveis em dez estados e controlava 40 fundos de investimentos para lavar dinheiro. A megaoperação, deflagrada nesta quinta-feira pela PF, Ministério Público de São Paulo, Receita Federal e outros órgãos visa desmantelar esse esquema. Ao todo, são 350 alvos de busca e apreensão, entre pessoas físicas e empresas em sete estados.
O suposto esquema de lavagem de dinheiro incluía desde empresas formuladoras de combustíveis até os postos, tanto na venda de álcool, gasolina e diesel quanto nas lojas de conveniência que ficam nesses locais. Os valores eram inseridos no sistema financeiro por meio de fintechs e era reinvestido em negócios e propriedades por meio de fundos de investimentos.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que o esquema de lavagem de dinheiro foi utilizado por “toda sorte de criminosos” e listou os resultados da ação:
Bens sequestrados por decisão judicial:
21 fundos de investimentos
2025-08-28 11:20:00