Quem não se lembra da tocha olímpica passeando pela cidade nas mãos de personalidades e da vitória emocionante do vôlei brasileiro na final contra a Itália na Rio 2016? Estas são apenas algumas das memórias que a partir da agora estarão eternizadas no Rio Museu Olímpico, que será aberto ao público na próxima terça-feira na Barra da Tijuca. Entre a concepção e a conclusão do projeto, que custou R$ 118 milhões, passaram-se três anos. Nos próximos dois meses, a entrada será gratuita mediante agendamento pelo site www.museuolimpico.rio.
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— A proposta foi contar a história da cidade pelos eventos esportivos e como chegamos até a Olimpíada, além do processo de transformação deixado por ela, como as obras de mobilidade. E fazemos referências às demais tentativas de o Rio sediar a Olimpíada: 1936, 2004 e 2012 — conta Eduardo Carvalho, um dos curadores do Museu Olímpico.
Instalado no andar superior do velódromo, no Parque Olímpico da Barra, o espaço passa a integrar uma cadeia com 37 museus temáticos espalhado pelo mundo chancelados pelo Comitê Olímpico Internacional.
O valor do ingresso após o período de gratuidade não está fechado, mas deve ficar em torno de R$ 40 (a inteira). A meta é chegar a dois mil visitantes por mês no primeiro ano e a 2,2 mil no segundo. Pelo menos 15% do público terá entrada franca, incluindo idosos.
Mostra de 300 peças
O museu reúne um acervo de mil peças, sendo 300 em exposição, distribuídas em 13 áreas temáticas. Há vários objetos interativos. Logo na entrada, o público é recebido por três estátuas gregas ‘‘falantes’’.
— Já imaginou a gente tomando sol na Praia de Copacabana? Tomando mate gelado, comendo biscoito de polvilho. Cena de novela — diz uma delas.
O museu reúne um acervo de mil peças, sendo 300 em exposição, distribuídas em 13 áreas temáticas
Gabriel de Paiva
O prefeito Eduardo Paes afirmou que o espaço foi criado para o carioca poder relembrar o evento e para os turistas saberem como foi a organização da competição. Segundo ele, a preocupação do governo foi realizar uma Olimpíada com legado consistente.
— Quando o Rio ganhou o direito de organizar a Olimpíada não havia VLTs, BRTs, metrô para a Barra. Essa Olimpíada deixou um legado enorme. Todos os equipamentos esportivos estão em operação. Conseguimos até viabilizar o golfe olímpico, que era um desafio. Falta apenas concluir a obra de uma Vila Olímpica no Parque Oeste (Inhoaíba), onde será montada a piscina em que Michael Phelps (na Olimpíada) e Daniel Dias (na Paralimpíada) conquistaram um monte de medalhas. Isso deve ocorrer em dezembro — prometeu Paes.
As obras para implantar o museu custaram R$ 73 milhões, além dos R$ 45 milhões para a iconografia. O cronograma atrasou em um ano, e o projeto ficou mais caro do que o previsto inicialmente. De acordo com o planejamento em 2023, seriam necessários R$ 53,7 milhões para as obras físicas; tudo ficaria pronto em 9 de agosto de 2024.
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Numa audiência pública na Câmara Municipal no ano passado, o então presidente da Rio Urbe, Armando Queiroga, explicou aos vereadores que, ao entrar no velódromo, os responsáveis pelas obras descobriram que a situação do prédio era pior do que se imaginava e até que peças tinham sido furtadas. Segundo ele, dois aparelhos de ar condicionado tiveram que ser comprados, o que não estava previsto, e o sistema de automação da iluminação, refeito.
Rafaela Silva ao lado da faixa preta que usou quando ganhou medalha de ouro no Rio
Luiz Ernesto Magalhães
Por enquanto, o espaço será administrado por uma Organização Social. Mas há previsão de o museu ser mantido pelo grupo Rock World, organizador do Rock In Rio e do The Town (SP), que vai construir no terreno vizinho o centro de entretenimento Imagine — parque temático privado, previsto para ser inaugurado em 2018.
O museu será aberto ao público no dia em que se comemoram os nove anos do início da Olimpíada no Rio. No próximo dia 8, a cidade, ao lado de Niterói, enfrenta outra disputa: apresenta à Panam Sports a defesa do projeto de candidatura conjunta para ser a sede dos Jogos Pan-Americanos de 2031. O evento será em Assunção, no Paraguai.
O que o público vai encontrar
A faixa preta que a judoca Rafaela Silva usou quando ganhou medalha de ouro em 2016.
A bola da final de vôlei de quadra masculino em que o Brasil conquistou medalha de ouro.
Tochas, medalhas, moedas e ingressos para competições, além dos uniformes das cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada e do revezamento da tocha.
Um painel dedicado ao futebol com áudio que lembra o gol de Neymar Jr. na disputa por pênaltis que garantiu a vitória do Brasil sobre a Alemanha na final pela medalha de ouro.
Selos comemorativos e a tocha olímpica adotada em 2016.
Videogames em que o público pode simular situações como correr cem metros rasos, competir no ciclismo, na trave, praticar canoagem slalom e vôlei.
Vídeos com depoimentos de personalidades que participaram da organização do evento.
Uma sala escura com imagens projetadas em 360 graus com cenas da cerimônia de abertura no Maracanã.
Uma réplica da pira olímpica que ficou acesa na Orla Conde durante a Olimpíada. A original permanece no mesmo local.
O público também poderá “acionar” explosivos para “demolir”, por meio de imagens de arquivo expostas, o Elevado da Perimetral. E ainda detonar rochas para permitir a abertura dos túneis da Grota Funda e da Transolímpica. Essas obras foram feitas para preparar o Rio para o evento.
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Legado olímpico: museu em memória à Rio 2016 abre as portas na terça-feira; veja o que se pode encontrar por lá
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