Uma jovem campista que vem construindo sua história com determinação, carisma e representatividade, abrindo caminhos e inspirando uma nova geração. Com apenas 15 anos, Maria Fernanda da Silva Felizardo carrega mais do que uma faixa: leva consigo o peso de uma juventude que sonha, ocupa espaços e ressignifica padrões. Representando Campos dos Goytacazes e o estado do Rio de Janeiro, ela se prepara para disputar um concurso internacional no Peru, uma conquista que coroa disciplina, paixão e propósito.
Apaixonada por leitura, filmes de animação, fantasia e pelo vôlei, Maria Fernanda se divide entre a escola (onde sua matéria favorita é Matemática) e a rotina de treinos que exige postura, elegância e presença de palco. Por dois meses, ela se dedicou a aulas de etiqueta, passarela e comportamento, ministradas pelo seu mentor, Sidinho Ramos.
INÍCIO AOS TRÊS ANOS
A história de Maria Fernanda no universo dos concursos começou cedo, aos 3 anos de idade, Sidinho Ramos abordou seus pais no Jardim São Benedito, oferecendo um convite. A família mesmo que um tanto quanto receosa aceitou que a pequena Maria Fernanda participasse de um concurso infantil e, desde então, ela nunca mais parou. Vieram outros concursos, até que surgiu a oportunidade de disputar o Miss Brasil CBE, categoria Teen. “Eu fui, treinei, me dediquei, me preparei e fui, e graças a Deus aqui estamos”, relembra a jovem.
Apesar das exigências e da rotina intensa, Maria Fernanda nunca pensou em desistir. A base familiar sólida e os valores que carrega foram fundamentais. “Eu sempre fui ensinada que mesmo quando não se ganha, o mais importante é dar o seu melhor e colocar Deus na frente de tudo. ”
Entre tantas experiências marcantes, uma delas ocupa lugar de destaque na vida da jovem: a viagem para Curitiba. “Desbravar a cidade, a cultura e os locais foi um momento único em minha vida”, relatou.
REPRESENTATIVIDADE E CONSCIÊNCIA NEGRA
Hoje, no Dia da Consciência Negra, a trajetória de Maria Fernanda ganha ainda mais força. Para ela, a data representa um marco, uma lembrança da resistência e da importância da população negra na sociedade. “É um dia para lembrarmos do passado e refletirmos sobre como podemos mudar nossa sociedade para que futuramente o racismo não seja tão ‘comumente’ cometido. ”, destaca.
Enquanto miss, seu papel se amplia. Ela entende que representa não apenas beleza, mas força e possibilidades. “Eu viso mostrar a garotas, meninas e mulheres que é possível sim sermos miss. Que nós somos lindas, espetaculares e temos todo o potencial para estarmos em todos os lugares possíveis, inclusive sobre uma passarela”, diz Maria Fernanda.
Para a jovem, o impacto social do Dia da Consciência Negra é enorme, embora ainda haja muito a avançar. Ela acredita que o país evoluiu, mas reforça que o racismo estrutural continua presente e precisa ser confrontado.
Comprometida com sua responsabilidade social, Maria Fernanda quer ampliar sua atuação em causas raciais. Uma de suas grandes motivações é inspirar outras meninas negras. “Eu desejo que todas possam entender que, apesar da cor da pele, do preconceito e das dificuldades, todas nós somos lindas, inteligentes e extremamente capazes de realizar nossos sonhos. Eu fui a primeira, mas não serei a única e muito menos a última.”
Sobre o futuro, Maria Fernanda sonha alto. Seu próximo objetivo é o Miss Universo Teen, onde pretende representar o Brasil com força, beleza e consciência. “Nós somos sim capazes de estar onde desejarmos”, afirma. A jovem campista segue, assim, construindo um legado que une representatividade, propósito e coragem.
Por Leonardo Sequim – Estagiário

