O Jazz Proibidão se consolidou como um dos eventos mais originais da cena carioca ao unir dois gêneros que parecem distantes, mas compartilham a mesma raiz: a criação da população negra. A proposta do trombonista, cantor e compositor Josiel Konrad, de 38 anos, mistura a improvisação do jazz com a batida dos bailes funk e vem atraindo cada vez mais público.
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A história do evento se confunde com a trajetória do próprio Josiel. Nascido em Austin, bairro de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ele teve seu primeiro contato com a música na igreja evangélica. Ainda adolescente, se dedicou ao trombone e passou a buscar formação formal, estudando na Faetec, em Quintino.
— As pessoas não se desenvolviam porque não tinham tempo. Eu saía da escola, pegava o trem e passava a tarde toda nas aulas. Chegava em casa só para dormir — lembra.
Ao longo do caminho, mergulhou em referências como Djavan e Cartola, mas também viveu o contraste entre mundos diferentes. Morando em Santa Teresa, respirava a cena artística da Lapa e do Centro do Rio, mas nunca deixou de carregar as referências da Baixada.
— Era como viver em dois mundos: a Baixada e o Centro. Decidi transformar isso em música voltada para os meus — explica. Dessa mistura nasceu o álbum Boca no Trombone, em que pela primeira vez uniu jazz e funk.
No início, a ousadia não foi bem recebida. Alguns músicos consideraram que ele estava “destruindo” o jazz. O tempo, porém, mostrou o contrário: a proposta conquistou respeito, abriu novos caminhos e deu origem ao Jazz Proibidão.
Próxima apresentação na Providência
A primeira edição foi em fevereiro, durante o carnaval, e tomou conta do espaço Lado B, na Praça XV. Desde então, o evento já passou por espaços como o bairro da Saúde e na Arena Samol, Morro da Providência.
Em agosto, a quarta edição reuniu cerca de 2.600 pessoas e até nomes como Liniker apareceram na plateia. Além da potência musical, o evento também aposta em inclusão social.
— A gente tem feito o máximo para levar as pessoas da comunidade. Criamos ingressos inclusivos e contamos com gente que faz a ponte com os moradores de áreas periféricas, garantindo que eles também estejam presentes no Jazz Proibidão — conta Josiel.
Agora, a expectativa é para a próxima edição. No dia 17 de outubro, a Arena Samol, no Morro da Providência, recebe a quinta edição do evento, que promete ser ainda maior.
No palco, além de Josiel e sua banda, estarão Ster do Violino, Janamô, Dudu Oliveira, DJ Dree Beatmaker, DJ May e DJ Wagner Rasta.
Com informações da fonte
https://extra.globo.com/blogs/corre-de-cria/post/2025/09/jazz-proibidao-a-mistura-de-funk-e-jazz-que-lota-palcos-no-rio.ghtml
'Jazz Proibidão': a mistura de funk e jazz que lota palcos no Rio

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