Uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou detalhes estarrecedores sobre a atuação de Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, apontado como um dos chefes mais violentos do Comando Vermelho (CV). Segundo o órgão, BMW liderava a Equipe Sombra, um grupo de matadores e torturadores encarregado de execuções, castigos e ações de terror em comunidades dominadas pela facção.
Entre as punições aplicadas, havia banhos de gelo e arrastões com vítimas amarradas. Em vídeos anexados à denúncia, uma mulher aparece submersa em uma banheira de gelo enquanto é humilhada, e um homem é amordaçado e arrastado por um carro, sob risadas e comentários de comparsas.
O MPRJ afirma que as execuções eram frequentemente acompanhadas por líderes do CV em tempo real, por meio de videochamadas. Em uma gravação, BMW contata Carlos Costa Neves, o Gadernal — considerado “general” do tráfico — e ordena à vítima: “Fala para o chefe”, em uma demonstração explícita da estrutura hierárquica e do controle interno da organização.
As investigações também apontam que o grupo utilizava códigos inspirados em conflitos do Oriente Médio, como “Hamas” e “Faixa de Gaza”, para se referir à disputa territorial entre o CV e o TCP.
De acordo com o Ministério Público, BMW ocupa posição de destaque dentro da facção, sendo responsável por aplicar punições, ordenar assassinatos e manter a disciplina pela força. Ele mantinha contato direto com outros líderes, como Doca e Gadernal, ambos foragidos.
A denúncia vem à tona na esteira da megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos e teve como alvo o núcleo de comando do Comando Vermelho. Enquanto as forças de segurança buscam capturar os chefes da facção, o MPRJ aprofunda as investigações sobre torturas, execuções e táticas de intimidação, revelando a brutalidade da organização e seu uso de símbolos e linguagem militar para reforçar o domínio nas comunidades.

 
			 
			
 
			 
		 
		 
		