Com informações de Tempo Real. Se alguém tinha dúvidas sobre o impacto do aumeto da Contribuição para Custeio da Iluminação Pública (Cosip) aprovado em setembro pela Câmara do Rio, é só ler o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) da prefeitura para 2026. Segundo a análise que os vereadores já fizeram sobre o texto que o poder executivo enviou, a arrecadação da Cosip deve passar de R$ 477,9 milhões em 2025 para R$ 1,39 bilhão em 2026, um salto de 191% (R$ 912,8 milhões a mais).
O aumento expressivo é consequência direta da lei proposta pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), que aumentou a tabela da cobrança da Cosip. Durante a votação do projeto, vereadores de oposição reclamaram por nunca ter ficado claro qual seria, exatamente, o aumento no bolso do consumidor.
Mas a proposta de orçamento agora prova que, na prática, o carioca pagará bem mais pela iluminação pública a partir de fevereiro de 2026.
Metade do arrecado com a Cosip vai para o caixa da prefeitura
A Desvinculação de Recursos de Estados e Municípios (DREM) também aumenta, de R$ 146,5 milhões para R$ 704,5 milhões (um crescimento de 381%). Isso significa que, para 2026, a Prefeitura do Rio está prevendo arrecadar R$ 1,39 bilhão com a Cosip, mas cerca de 50% deste valor serão desvinculados, e este montante poderá ser usado em qualquer despesa, não apenas nas que se referem ao Fundo Municipal de Iluminação Pública.
Para completar, o PLOA 2026 prevê despesas de R$ 704 milhões com Iluminação Pública. Ou seja, a prefeitura já planeja mandar 50% da Cosip para o caixa única do governo municipal.
“O que estamos vendo é um confisco no bolso do carioca. A população vai pagar quase R$ 1,4 bilhão em 2026, mas apenas R$ 704 milhões estão previstos em despesas específicas com iluminação pública. Ou seja, o consumidor será obrigado a desembolsar o dobro do que seria necessário, porque boa parte dessa arrecadação será desvinculada e usada para fazer caixa da prefeitura”, diz o vereador Fernando Armelau (PL), que está examinando o PLOA com lupa. “É inaceitável que, em plena crise econômica, a gestão onere famílias e empresas dessa maneira apenas para reforçar o caixa em ano eleitoral”.