Apontado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como um dos principais líderes do tráfico de drogas no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital, Edmilson Marques de Oliveira, conhecido como Cria ou Homem de Ferro, foi morto a tiros nesta sexta-feira (26) durante uma operação da corporação na comunidade da Vila dos Pinheiros.
De acordo com a polícia, Cria integrava a facção Terceiro Comando Puro (TCP) e era considerado um criminoso de alta periculosidade, responsável pelo planejamento de invasões armadas e pelo fornecimento de armas à organização. Durante a ação, os agentes apreenderam um fuzil, duas pistolas, munições, carregadores, coletes balísticos e drogas. Duas pessoas foram presas.

Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, o traficante acumulava 222 anotações criminais e tinha três mandados de prisão em aberto, sendo o mais recente expedido em abril deste ano.
— Ele era um narcoterrorista sanguinário, envolvido em dezenas de homicídios. Era conhecido por sua crueldade e desconfiança. Quando suspeitava de alguém, ele mesmo executava — afirmou Curi, em coletiva. — Era chamado de “homem da guerra” porque articulava ataques e estruturava o arsenal da facção.
As investigações apontam que Cria era um dos três pilares do TCP no Complexo da Maré e dava suporte logístico à expansão da facção em áreas como o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, e o Morro do Fubá, no Campinho. Para tentar impedir o avanço da operação, criminosos chegaram a lançar uma granada contra a Linha Amarela, o que exigiu a atuação do Esquadrão Antibomba da Core.
O traficante foi localizado dentro de uma residência ao lado de uma creche na Vila dos Pinheiros. Segundo a polícia, houve resistência e troca de tiros. Cria também era investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital por participação na morte de dois policiais do Bope, em junho deste ano, durante uma emboscada na Vila do João, também na Maré.
— Estávamos monitorando esse criminoso há cerca de 60 dias. Ele vinha oferecendo apoio logístico para ações expansionistas do TCP e colocando o Complexo da Maré à disposição dos comparsas que planejavam retomar territórios como o Morro dos Macacos — completou o secretário.
As apurações também indicam que os traficantes vinham se instalando em imóveis próximos a escolas e unidades de saúde, numa tentativa de dificultar a atuação das forças de segurança.
A operação mobilizou equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Subsecretaria de Inteligência e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE). Houve intensos confrontos, que levaram ao fechamento temporário da Linha Amarela em dois trechos diferentes, tanto no sentido Fundão quanto em direção à Barra da Tijuca.