Homem confessou falsamente ter atirado em Kirk para ajudar o assassino a fugir, diz a polícia

Tempo de leitura: 6 min
Charlie Kirk foi morto em universidade nos EUA — Foto: Anna Watts/New York Times


Momentos após a morte do influenciador conservador Charlie Kirk, que foi baleado na última quarta-feira nos Estados Unidos, um homem de 71 anos confessou aos gritos para os policiais que ele era o atirador. Segundo a polícia, o suspeito explicou posteriormente que havia mentido sobre o crime para ajudar o verdadeiro assassino a escapar. Líder da Turning Point USA, principal organização conservadora juvenil do país, e apoiador do presidente americano Donald Trump, Kirk defendia teorias da conspiração como marxismo cultural e negacionismo em relação às mudanças climáticas.

  • Funeral de Kirk: cerimônia em estádio para mais de 60 mil pessoas representa ‘enorme desafio’ para Serviço Secreto dos EUA
  • ‘Não toleraremos’: Pentágono vai punir militares que ‘zombarem’ da morte de Charlie Kirk nas redes sociais

O homem, um agitador político chamado George Zinn, foi preso sob suspeita de obstrução da justiça. A polícia informou que ele teria atrasado a busca dos investigadores pelo verdadeiro autor do crime.

Zinn foi uma das duas pessoas que a polícia deteve para interrogatório no dia da morte de Kirk, em Utah. Horas depois, os agentes determinaram que nenhum dos dois homens detidos estava envolvido no assassinato.

No dia seguinte, as autoridades prenderam um homem de 22 anos, Tyler Robinson, sob suspeita de ser o autor do homicídio. O diretor do FBI, Kash Patel, revelou nesta segunda-feira que os vestígios de DNA encontrados na cena do crime coincidem com o DNA de Robinson.

Michael Dutson, um policial da Universidade de Utah Valley, onde Kirk foi morto, escreveu em um depoimento que Zinn se aproximou dele momentos após o tiro — enquanto milhares de estudantes corriam para se proteger — e afirmou: “Eu atirei nele; agora atire em mim”.

Dutson contou que algemou Zinn e perguntou onde estava a arma, mas o suspeito respondeu que não contaria. Depois de levá-lo para a delegacia da universidade, o policial disse ao homem que não achava que ele fosse o atirador. Na sequência, Zinn afirmou que iria se meter em encrenca de qualquer maneira e que gostaria de um advogado.

George Zinn ‘”afirmou que fez isso para desviar a atenção do verdadeiro atirador”, escreveu o policial no depoimento, e mais tarde disse que estava feliz por ter confessado falsamente “para que o verdadeiro suspeito pudesse fugir”.

Na ocasião, vídeos publicados nas redes sociais mostravam a polícia escoltando Zinn para longe do local, com as calças nos joelhos, enquanto estudantes gritavam com ele, presumindo que ele fosse o atirador. O chefe de polícia da universidade declarou que havia cerca de três mil pessoas no evento e apenas seis policiais universitários monitorando a palestra, além da equipe de segurança de Kirk.

  • Entenda: Quem é Charlie Kirk, chefe da Turning Point USA (TPUSA), principal organização conservadora juvenil dos EUA
  • ‘Não nos renderemos’: Ao transformarem Kirk em mártir, conservadores veem no assassinato chance de impulsionar seus valores no país

Nesta segunda-feira, um juiz ordenou que Zinn fosse mantido sem fiança, considerando que ele é um “perigo substancial” para a comunidade. Não ficou claro nos registros do tribunal se o tomem tinha um advogado. Um advogado que anteriormente o representou não respondeu imediatamente às mensagens solicitando comentários.

Zinn é bem conhecido entre os organizadores de eventos públicos em Salt Lake City, capital do estado americano de Utah. Ele aparecia frequentemente em fóruns públicos, muitas vezes com uma aparência desalinhada, com a intenção de atrapalhar o evento ou questionar um palestrante de destaque.

O homem também tem um longo histórico de crimes menores, incluindo uma prisão em 2013 por enviar um e-mail ameaçador aos organizadores da Maratona de Salt Lake City poucos dias após o atentado à Maratona de Boston.

Infográfico mostra de onde suspeito atirou em Charlie Kirk

O influenciador conservador Charlie Kirk, 31 anos, chefe da Turning Point USA (TPUSA), principal organização conservadora juvenil dos Estados Unidos, foi baleado e morto na última quarta-feira enquanto discursava em um evento no campus da Universidade Utah Valley.

Apoiador do presidente americano, Donald Trump, Kirk foi um dos que promoveu a teoria da conspiração sobre uma suposta fraude nas eleições presidenciais americanas de 2020. Foi também entusiasta das manifestações que resultaram na invasão ao Capitólio, de 6 janeiro de 2021.

Nascido em 1993 em um bairro rico de Chicago, o americano começou a ficar conhecido em 2012, quando publicou um artigo no Breitbart News, site conservador que chegou a ter como diretor outra figura proeminente entre os republicanos, Steve Bannon, ex-assessor de Trump. O texto argumentava que os livros didáticos usados em escolas do ensino médio estavam “doutrinando” os jovens com ideias progressistas. A controvérsia o levou a programas de televisão e lhe deu a plataforma para lançar a TPUSA, aos 18 anos.

Apesar de nunca ter ocupado um cargo público, trabalhado na Casa Branca na equipe de campanha, Kirk mantém relação de proximidade com o presidente americano.



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/09/16/homem-confessou-falsamente-ter-atirado-em-kirk-para-ajudar-o-assassino-a-fugir-diz-a-policia.ghtml

Compartilhe este artigo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *