O governador Cláudio Castro determinou que equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) atuem no Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, nesta terça-feira, após ataques de criminosos na região. No fim da manhã, um funcionário da prefeitura foi baleado enquanto trabalhava na Operação Barricada Zero, e dois ônibus da Viação Santo Antônio foram sequestrados e atravessados em uma das vias locais.
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— A operação estava se desenrolando quando efetuaram um disparo a esmo do alto da comunidade. Infelizmente, o tiro atingiu esse servidor, que foi prontamente socorrido. Imediatamente providenciamos a resposta, com o Bope atuando na localidade — explicou o subsecretário-geral da Polícia Militar, coronel Luciano Carvalho de Souza.
Segundo o deputado estadual Marcelo Dino (União), que acompanhava a ação no município da Baixada Fluminense, o ataque seria uma retaliação de criminosos à operação policial.
Mário Barreto Rosa Junior, de 46 anos, prestava auxílio a retirada de barricadas, que era acompanhada por policiais do 15º BPM (Duque de Caxias), quando um tiro foi disparado por traficantes. A bala atravessou o vidro da retroescavadeira e acertou a vítima na clavícula, no momento em que ela fazia o serviço ao lado da máquina.
O homem foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Moacyr Rodrigues do Carmo (HMMRC), em Duque de Caxias. Após receber o primeiro atendimento, o paciente foi transferido para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (Hmapn), para realização de tomografia e avaliação médica por equipes de neurocirurgia e ortopedia.
Por conta dos episódios, o trânsito segue intenso no entorno da comunidade no início da tarde. A operação foi concluída, e o balanço parcial indica a retirada de 210 toneladas de barricadas, além de sete pessoas presas — sendo quatro na Mangueirinha — e quatro pistolas apreendidas. No entanto, após o término, equipes do Bope e da Core chegaram no local por determinação do governador do estado do Rio.
Operação Barricada Zero
A mobilização inclui a remoção de materiais remanescentes, o concretamento de trechos ainda não finalizados e o monitoramento constante das vias para evitar que organizações criminosas reinstalem bloqueios.
No primeiro dia da operação, realizado na segunda-feira, foram retiradas 593 toneladas de barricadas, incluindo estruturas de concreto, entulho, pneus, madeira, pedras e outros materiais usados para impedir a circulação de moradores, o acesso de serviços essenciais e a atuação da polícia.
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Coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional, a Operação Barricada Zero reúne as secretarias estaduais de Habitação; Infraestrutura e Obras; Ambiente e Sustentabilidade; Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento; e Cidades. Os órgãos utilizam retroescavadeiras, rompedores, caminhões basculantes, betoneiras, maçaricos, motosserras e equipes técnicas para remover bloqueios e impedir sua reinstalação. As prefeituras dão apoio com serviços de limpeza urbana e ordenamento viário.
O governador Cláudio Castro afirmou que a iniciativa busca enfraquecer facções criminosas que utilizam barricadas para controlar a circulação e intimidar moradores das comunidades.
— Esse é mais um passo para enfraquecer as facções criminosas, que vêm impondo poder para amedrontar os moradores. A população não pode continuar refém da bandidagem. O primeiro dia de operação foi muito proveitoso, e seguiremos firmes. Enquanto houver criminoso tentando dominar território, haverá governo atuando para desmontá-lo — disse Castro.

