Funcionário de hospital psiquiátrico é considerado responsável por morte de adolescente no Reino Unido

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Um funcionário da unidade psiquiátrica do Hospital Huntercombe, no Reino Unido, foi considerado responsável, nesta quinta-feira, pela morte de uma adolescente de 14 anos. Ruth Szymankiewicz, que lidava com um quadro de intenso sofrimento psíquico, suicidou-se após ficar sem supervisão médica. As informações foram divulgadas pelo jornal britânico The Guardian.
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O crime ocorreu em 12 de fevereiro de 2022. Na época, a menina estava internada na unidade, próxima à cidade de Maidenhead, e foi abandonada pela equipe médica, apesar de ser considerada uma paciente de risco de suicídio e necessitar de supervisão constante. Sozinha no quarto, ela se feriu e morreu dois dias depois.
Durante a investigação, as autoridades inglesas descobriram que o funcionário considerado responsável pela morte de Ruth nunca havia trabalhado em nenhum hospital e não recebeu orientações ou treinamentos antes de seu turno. O homem possuía um contrato temporário com a empresa e também utilizava uma identidade falsa, sob o nome de Ebo Acheampong.
O júri levantou preocupações sobre a formação dos funcionários temporários que atuam no Huntercombe e concluiu que, permitir o acesso de Ruth a objetos cortantes, contribuiu para que ela conseguisse se ferir.
Ruth não recebeu tratamento terapêutico durante o temo que passou no hospital e, embora pudessem ter beneficiado em seu bem-estar, as visitas familiares foram restringidas. Sem supervisão, a adolescente ainda teve acesso a conteúdos prejudiciais, através do celular.
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Os pais da menina, Kate e Mark Szymankiewicz, lamentaram a morte da filha e manifestaram sua indignação com o hospital.
— Há um espaço vazio em nossa mesa, um quarto silencioso em nossa casa, um buraco em nossa família que nunca será preenchido. Ruth era uma garota incrível, inteligente, amigável, amorosa e aventureira, com toda uma vida de alegria pela frente. Ela, como muitos outros adolescentes, desenvolveu um transtorno alimentar — contaram.
— Quando, em nosso momento mais vulnerável como família, buscamos ajuda, acabamos presos em um sistema que, em vez de cuidá-la, apenas a prejudicou. Eles enjaularam uma criança que prosperava em conexão com a natureza — relembrou o casal.
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Segundo especialistas ouvidos pelo The Guardian, a contratação de funcionários temporários e o baixo número de unidades psiquiátricas voltadas para crianças e adolescentes, representam um grande problema para o sistema de saúde britânico.
O diretor associado de políticas da Mental Mind, Minesh Patel, ponderou que “a dependência excessiva de funcionários temporários pode comprometer a segurança dos pacientes, a qualidade do atendimento e, nos piores casos, levar a sérios danos ou à perda de vidas”.
Após a morte de Ruth, a unidade psiquiátrica foi fechada. O funcionário do hospital, por sua vez, fugiu para Gana e, mesmo reconhecido pela polícia do Vale do Tâmisa, não foi enviado de volta ao Reino Unido por “falta de evidências”.



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