Depois de lotar o Carreau du Temple, centro cultural dos mais importantes de Paris, Tia Surica foi sondada para participar de novo evento com sua tradicional feijoada, a iguaria mais festejada na Zona Norte do Rio.
“Eu me senti em casa. Parecia que eu estava no meu cafofo. Acho que gostaram, né?”, diz a matriarca da Portela, convidada pelo Comissário do Ano do Brasil na França, Emílio Kalil, para o agito que arrastou um multidão à Rue Eugène Spuller.
Diretor-Executivo da Saison Brasil-França 2025, Robson Outeiro destacou a importância do estreitamento das relações socioculturais entre Brasil e França. Segundo ele, o sucesso da Feijoada da Surica em Paris denota como os franceses apreciam a arte e a gastronomia brasileiras.
“A intenção é que possamos manter o diálogo entre os dois países de forma permanente. Há muito mais semelhanças entre as duas culturas do que supostamente imaginamos”, disse Outeiro.
Surica faz parceria com baiana na terra de Piaf
Como na França há alguns ingredientes difíceis de serem encontrados, Tia Surica adaptou a feijoada com a ajuda da chef baiana Mariele Goes, dona do charmoso restaurante La Bahianaise, na Cidade Luz.
Mariele colocou a equipe inteira à disposição da icônica pastora da Velha Guarda da Portela e ainda fez contato com fornecedores portugueses para providenciar couve fresca, vegetal que não se acha com facilidade em Paris.
“Sem couve, não dá”, disse Surica, às gargalhadas.
Brasil Ancestral
A Feijoada da Surica fez parte do projeto Brasil Ancestral, que levou a Paris a nossa profunda relação com a África. E, claro, não podia deixar de se ressaltar um dos principais elos que nos une ao continente africano: o samba. Os franceses mergulharam em um repertório singular, repleto de pérolas de expoentes do gênero, como Silas de Oliveira, Dona Ivone Lara, Paulo da Portela, Zé Ketti, Candeia e Cartola.
“Busquei justamente passear por um Brasil tão rico quanto desconhecido ainda no exterior. Não queríamos desenvolver algo caricatural. Logo, dividimos as apresentações em dois dias. No primeiro, fizemos um concerto. E, no segundo, uma roda de samba. Foi histórico”, diz Vagner Fernandes, diretor artístico do projeto.
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