O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ressaltou que as recentes operações que mostraram a grande infiltração do crime organizado no Sistema Financeiro Nacional e os ataques ao sistema do Pix indicaram a necessidade de implementação de algumas medidas excepcionais. Ele destacou que as novas normas têm foco em problemas criados pelo crime organizado e não contra qualquer instituição ou segmento.
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– É importante dizer duas coisas aqui também. Muitas vezes a gente assiste, seja porque o espaço é mais simples de você falar de algum jeito, algum termo, de ficar ali numa chamada, alguma associação Faria Lima a crime organizado, fintech a crime organizado, quero deixar bem claro aqui que qualquer uma dessas duas expressões, que a Faria Lima e as fintechs Fintech são as vítimas do crime organizado. Claramente, tanto os bancos chamados de incumbentes, quanto os novos entrantes no mercado foram responsáveis por uma inclusão fantástica do ponto de vista do sistema financeiro facilita com prestação de de serviços para a população. Isso é absolutamente essencial para que o Brasil tenha a posição que ele tem hoje privilegiada do ponto de vista do sistema tecnológico dentro do sistema financeiro e tão admirado fora do Brasil.
Questionado por jornalista durante a coletiva, realizada nesta manhã no Banco Central, sobre o fato de a Polícia Federal ter identificado instituições que atuavam para o crime, Galípolo reforçou que ele está falando de bancos e fintechs de verdade, não de criminosos que usam o sistema.
-Acho que está bem claro que quando o crime organizado se infiltra em qualquer tipo de atividade, é óbvio que ele vai utilizar qualquer tipo de empresa para viabilizar a sua atividade criminosa. O que eu quis dizer simplesmente é, se você é uma fintech, as fintechs produziram um efeito fantásticos no nosso mercado, se você é um banco de verdade. Esse cara não é um banco nem uma fintech, ele é um criminoso que está usando uma instituição, pode ser uma instituição de qualquer tipo de atividade como a gente viu, atividade relacionada com abastecimento de combustível coisas desse tipo, ele está usando aquilo, mas ele é um criminoso, ele não é um banco nem uma fintech.
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Ele sublinhou que recebeu apoio de todas as associações, de todas as federações e com todos os interlocutores para as novas regras que aumentam a segurança do sistema.
– O sistema financeiro está totalmente unido para combater o ataque que o crime organizado tem tentado fazer nesse processo.
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Galípolo chamou atenção ainda para o fato de que as medidas são de interesse de quem faz o trabalho correto.
-Qualquer interlocutor que eu tive nesse período, seja de fintech, Asset, corretora, banco S1, S5, quer que a gente consiga aumentar a segurança do sistema e vê com bons olhos, repelir qualquer tipo de presença do crime organizado no sistema financeiro. Quem está trabalhando, quem é sério, é efetivamente isso. Por isso que essas medidas aqui são para endereçar problemas gerados pelo crime organizado. Elas são contra o crime organizado, não contra qualquer tipo de instituição ou segmento que se possa imaginar.
O presidente da autoridade monetária informou que as novas normas serão publicadas hoje e passam a valer a partir das 21h. Com as medidas o BC vai apertar as regras para instituições de pagamento e provedoras de tecnologia, empresas que interligam o sistema de bancos e fintechs à rede do BC para realizar as transações financeiras.
2025-09-05 11:19:00