O sepultamento do corpo de Eva Amóra, diretora do jornal “A Tribuna”, de 84 anos, aconteceu na tarde desta quarta-feira (10), no cemitério Parque da Colina, em Niterói. A despedida reuniu dezenas de amigos e familiares, que compareceram para honrar a sua memória.
Além de diretora, Eva foi professora de História, Organização Política e Social Brasileira e Moral Cívica. Foi casada com Jourdan Amora, diretor do jornal “A Tribuna”, por mais de 50 anos. Se conheceram na época de movimento estudantil e tiveram dois filhos, Gustavo Luis Jourdan Amóra, responsáveis pelo jornal atualmente.
A prefeitura de Niterói decretou luto de 3 dias na cidade pela morte da pedagoga e do empresário André Valle.
Filho de Eva e um dos responsáveis pelo jornal, Luis Jourdan Amóra falou, emocionado, sobre a mãe ter sido um símbolo de força para a família e na educação.
“Como professora, foi mais do que um exemplo, uma professora ao pé da letra, era rigorosa, e ao mesmo tempo benevolente, entendendo que as pessoas mais carentes precisavam de mais tempo de educação e ela dedicava, fora do horário de horário dela, a ajudar essas pessoas”.
“Ela sempre foi professora pública, trabalhou em vários colégios, em São Gonçalo , em Niterói, além de ser professora do IEPIC (Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho) e do Liceu Nilo Peçanha. E ela não queria parar de trabalhar, eu que briguei muito com ela para ela se aposentar, trabalhou até os 70 e depois disso, infelizmente, começaram os problemas de saúde”, completou.
O vereador Luiz Carlos Gallo, compareceu à despedida e reforçou o legado deixado pela diretora. “A Eva teve uma participação muito importante em Niterói. Independente de ter construído um patrimônio que é o Jornal da Tribuna, o mais antigo do Estado do Rio, ela teve um papel importante também na educação e na cultura. Esteve junto com o Jordan Amora, num momento difícil, quando houve um golpe militar, e ele foi perseguido, ela demonstrou o quanto ela era companheira. O legado que vai deixar é a saudade, uma luta constante pela democracia, como o marido fez. Ela foi uma guerreira, participou de muitos movimentos, mas sempre olhando bem das pessoas. Então a perda é irreparável, mas acho que ela vai estar num lugarzinho muito especial por tudo que ela fez. Uma família fantástica, filhos fantásticos, e esse legado ninguém vai apagar da história.”
Quem também compareceu à despedida foi o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Mário Sousa, que falou sobre o impacto de Eva no jornalismo da cidade.
“Conheço a Eva anterior à minha passagem pela Tribuna, e ela sempre foi mais do que um esteio da empresa, era uma espécie da alma do jornal, eu não diria que o dia-a-dia do jornalismo passasse por ela, mas toda a estrutura da empresa. Hoje é muito mais difícil manter uma empresa, um jornal diário, pela sua estrutura, pelas novas configurações do jornalismo, mas a Eva sempre esteve presente, era uma figura fundamental para o dia-a-dia, para manter o jornal. Ela conversava com a gente, ela que era diretora administrativa, quando a gente precisava de alguma coisa, nos atendia fora daquele contexto de geração, quando a gente precisava de alguma coisa, ela estava lá. Era uma pessoa extremamente generosa e deixa um legado muito bonito, não só como pessoa, mas como profissional dentro da estrutura da empresa. Ela deixa um legado de uma pessoa extremamente generosa e uma profissional realmente muito respeitada”, completou.
2025-09-10 17:05:00