Ex-assessor de Castro facilitou investimento de R$ 200 milhões da Cedae no banco Master

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O ex-diretor financeiro da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) que “facilitou” a aplicação de R$ 200 milhões no Banco Master trabalhou como assessor-chefe do governo estadual antes de assumir a função na empresa de saneamento. A informação é do jornal “O Globo”. 

Atual integrante do conselho administrativo da Cedae, Antonio Carlos dos Santos trabalhou no gabinete do governador Cláudio Castro (PL) por pelo menos três meses antes de assumir a “diretoria financeira e de relações com investidores” da companhia de saneamento, no final de 2022. 

Foi sob sua gestão que a Cedae adotou uma nova política para investimentos. A mudança, recomendada por parecer de Antônio Carlos, previa que a empresa pudesse fazer aplicações com baixa exposição a todas as fontes de risco — ou seja, “rebaixando” os parâmetros para investidores.

A partir da gestão de ex-assessor, Cedae começou a comprar papéis de instituições com nota mínima

Com essa autorização, a empresa de capital misto — que antes só negociava investimentos com empresas de avaliação A, considerada positiva pelas agências de risco — passou a poder comprar papéis de instituições financeiras com nota mínima BBB, segundo informações do jornal “O Globo”. 

O Banco Master tinha a avaliação mínima e, por isso, a Cedae pôde aplicar R$ 200 milhões nela no fim de 2023. Ao todo, a empresa chegou a aplicar mais de R$ 230 milhões no banco, que foi liquidado extrajudicialmente pelo Banco Central em novembro. O dono do Master, Daniel Vorcaro, foi preso por suspeita de irregularidades financeiras.

Em resposta ao jornal “O Globo”, o ex-assessor de Castro disse que a mudança nos parâmetros cumpriu “ritos e análises jurídica, de compliance, assim como aprovação pela diretoria-executiva, comitê de auditoria e conselho de administração”.

Antes da liquidação extrajudicial do banco, a Cedae chegou a tentar sacar parte do dinheiro aplicado no Master, pedindo o resgate de duas parcelas de R$ 20 milhões, segundo fontes da empresa. No entanto, em documento divulgado ao mercado, a companhia admitiu que o Master não fez o pagamento.

Justificativa técnica de investimento será julgada pelo TCE nesta quinta (18) 

A justificativa técnica para essas aplicações é alvo de uma representação enviada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Nesta quinta-feira (18), a Corte realiza uma sessão para julgar esse documento, que questiona a autorização dos aportes financeiros no Master.

O Banco Master foi liquidado por acusações de venda de créditos que não existiam. Segundo o Ministério Público Federal, o banco vendeu ao BRB R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito usando documentos falsificados. O objetivo seria “inflar” artificialmente o patrimônio do Master. além da Cedae, o Rioprevidência também fez aplicações ao banco, estimadas em R$ 2,6 bilhões.

Desde outubro, o executivo estava proibido pelo TCE de investir verbas em fundos administrados pelo Banco Master. A decisão foi tomada por conta de inícios de “gestão irresponsável”, identificada pelo TCE, dos recursos destinados a aposentados e pensionistas do Rioprevidência.



Com informações da fonte
https://temporealrj.com/ex-assessor-de-castro-facilitou-investimento-de-r-200-milhoes-da-cedae-no-banco-master/

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