Empresário preso por matar gari em briga de trânsito em BH vai responder por homicídio com motivo fútil e ameaça, diz polícia

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Empresário René da Silva Nogueira Júnior é suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes — Foto: Reprodução/Redes Sociais


O empresário René da Silva Nogueira Junior, preso horas após abrir fogo contra os garis numa briga de trânsito em Belo Horizonte, vai responder pelos crimes de ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima. O gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, acabou atingido no peito e não resistiu aos ferimentos.

O caso aconteceu nesta segunda-feira em Vista Alegre, no Oeste da capital mineira. René foi ouvido pela polícia, assim como três testemunhas, que reconheceram o suspeito. O empresário foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça.

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O boletim de ocorrência aponta que René dirigia um carro da marca BYD quando, por volta das 9h, se aproximou de um caminhão de lixo, que vinha na direção contrária. O motorista do veículo teria ameaçado a condutora do caminhão e dito que iria “atirar na cara dela”, caso não desse passagem. Na sequência, ele teria disparado contra os garis e atingido Laudemir.

René foi preso horas depois em uma academia de alto padrão do bairro Estoril. O empresário é marido da delegada Ana Paula Balbino Nogueira, da Polícia Civil de Minas Gerais. O acusado disse que a mulher tem uma arma de fogo do mesmo calibre da que foi utilizada no assassinato de Laudemir, segundo o g1. A Corregedoria da PCMG instaurou um procedimento disciplinar para apurar a conduta da delegada.

“Diante das circunstâncias, a Corregedoria-Geral da instituição instaurou um procedimento disciplinar e inquérito policial para apurar, com rigor e transparência, todos os elementos relacionados à eventual conduta de uma delegada que possui vínculo pessoal com o suspeito detido”, diz a nota.

O GLOBO ainda não conseguiu contato com a defesa de René. Pelo Instagram, o prefeito de BH prestou solidariedade à família do gari, que trabalhava para uma empresa terceirizada, a Localix Serviços Ambientais, que lamentou a perda e chamou o caso de “violência injustificável”.

“Um crime estarrecedor diante da causa banal que o gerou. As autoridades policiais atuaram prontamente no caso. A SLU e a empresa terceirizada em que a vítima trabalhava estão prestando toda a assistência aos familiares”, escreveu Álvaro Damião. “Minha solidariedade só não é maior do que minha indignação diante desse crime. Que a justiça dos homens seja feita com rapidez e de forma implacável”.

Laudemir foi atingido no peito. Ele chegou a ser levado para um hospital de Contagem, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML), submetido a exames e, posteriormente, liberado aos familiares.

O veículo de René foi identificado com imagens de câmeras de segurança.

As redes de René e de sua mulher, a delegada Ana Paula Balbino, saíram do ar. Pelo LinkedIn, o empresário se apresentava como um executivo C-Level. “Transformo empresas e acelero resultados através de liderança estratégica e inovação”, escreveu.

Ele citou ter 27 anos de experiência no ramo de alimentos e bebidas e registrou ter iniciado um novo trabalho neste mês de agosto, na Fictor Alimentos. A empresa repudiou “essa e qualquer outra conduta contrária a seus valores” e manifestou solidariedade à família de Laudemir, segundo O Tempo.



Conteúdo Original

2025-08-12 10:45:00

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