Em 'Vale tudo', Jarbas surpreende Consuelo com novo pedido de casamento após crise: 'Acordou a tempo', diz Leandro Firmino

Com o casamento balançado, Jarbas (Leandro Firmino) abriu o olho e decidiu fazer uma festa surpresa para Consuelo (Belize Pombal). Para voltar a ver a felicidade no rosto da mulher, o motorista pede a secretária em casamento novamente, após 25 anos de união, em cenas que vão ao ar nos próximo capítulos de “Vale tudo”. Intérprete do funcionário da família Roitman, Firmino conta que vive um momento oposto com sua mulher na vida real, a publicitária Letícia da Hora, com quem ele é casado há 11 anos.
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— Jarbas passa por uma situação muito comum. Ainda bem que ele acordou a tempo, já que ama a Consuelo. A trama leva muitos homens à reflexão. Não é porque você conquistou a pessoa no início da relação que conquistou para sempre. Tem dias que a gente não acorda bem, com problemas pessoais. Mas sempre tento agradar à minha mulher, levo café na cama, dou caixa de bombom. Desde quando a gente casou. As crises acontecem, somos humanos, mas sempre busco dar carinho — destaca o ator, de 47 anos.
Firmino, no entanto, afirma que não há regras rígidas para uma união duradoura:
— Não tem uma receita de bolo. É abrir mão de determinadas coisas e se esforçar de forma contínua para alimentar a chama, até mesmo com pequenos gestos e palavras. Também é tentar compreender o outro e pedir perdão. Posso até estar certo, mas, para amenizar questões e problemas, eu peço desculpas.
Leandro Firmino com amulher, Letícia da Hora
Reprodução/ Instagram
O ator diz ser um pai diferente de Jarbas na convivência com os filhos, Levi, de 7 anos, fruto de seu casamento com Letícia, e Miguel, de 13 anos, de uma relação anterior:
— Não sou esse pai que brinca tanto com os filhos como o personagem, talvez porque na minha infância eu tenha passado mais tempo dentro da escola do que em casa. Mas sempre tento interagir com o Levi, que é autista, pergunto como foi o dia dele. Tento ser um paizão do meu jeito, mas bem diferente do Jarbas. Sou bastante cuidadoso, principalmente se estiver faltando algo. Sou de levar ao médico quando precisa. Minha mulher até fala que Jarbas é mais próximo de mim pela mansidão dele, mas eu não concordo.
Se hoje Firmino curte sua rotina ao lado do caçula, quando Levi foi diagnosticado com autismo, perto dos 3 anos, a notícia o levou a muita reflexão.
— A gente ficou muito triste, mas logo pensei que não adiantava. Ter um filho autista é um desafio diário. Não é fácil. O preconceito pode rolar, mas hoje em dia as pessoas sabem mais dessa condição, mesmo às vezes não entendendo muito. Alguns pais deixam seus filhos brincarem de boa com o Levi, outros já têm receio — confessa.
Leandro Firmino ficou conhecido por interpretar Zé Pequeno, no filme ‘Cidade de Deus’
Leandro Firmino como Zé Pequeno de ‘Cidade de Deus’
Divulgação
Cria da Cidade de Deus, Firmino trocou o Rio por São Gonçalo, terra de sua mulher. Mas foi na comunidade da Zona Oeste da capital que ele deu seus primeiros passos como ator. Justamente com o filme “Cidade de Deus”, na pele do traficante Zé Pequeno, personagem inesquecível que o fez ficar conhecido nacionalmente, 23 anos atrás.
— Ainda é um filme muito vivo na mente das pessoas. Quem assistiu há quase 25 anos hoje é pai e mostra para os filhos. Marcou a vida de muita gente. Não tem como não ser reconhecido pelo personagem — confirma o artista, garantindo não ficar zangado pelo fato de ser eternamente reconhecido como o personagem do longa: — Acho isso o máximo! Eu me lembro, inclusive, da época da primeira versão de “Vale tudo”, em que Beatriz Segall (intérprete de Odete Roitman) falou que era ofendida na rua porque as pessoas misturavam tudo. Mas comigo a reação é bem diferente.
Apesar do carinho constante do público, Firmino assume que ficou receoso ao interpretar Jarbas.
— Quando recebi o convite, fiquei muito feliz, mas também preocupado. Eu não sabia muito bem o que queriam do personagem. Também não tive tempo de passar por todo o processo de preparação (ele foi um dos últimos atores a ser escalado). Depois, entendi que o Jarbas era um pai de família, um homem simples, do dia a dia, muito parecido com um cara que mora ao lado de mim. Ele acorda todo dia de manhã, cuida da mãezinha, sai para trabalhar e volta. É um homem comum — conclui.
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