Investigadores criminais encontraram restos humanos durante uma busca em uma casa de San Diego, nos Estados Unidos, e agora apuram se o material tem relação com Dwight Rhone, de 74 anos, ex-morador do imóvel que já responde por outro homicídio.
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Equipes de investigação, acompanhadas de um cão farejador, iniciaram escavações na propriedade nesta semana após a Patrulha Rodoviária da Califórnia levantar informações que apontavam para a possível presença de restos humanos no local. Com base nessas suspeitas, autoridades obtiveram mandado de busca, e policiais de San Diego e agentes do FBI passaram a atuar no endereço.
Na tarde de quinta-feira, o imóvel seguia isolado em um beco sem saída próximo a uma escola primária no bairro operário de Southcrest. Alguns caminhões de perícia já haviam deixado a área, mas policiais e equipes de imprensa ainda permaneciam no local.
As autoridades não informaram quantas pessoas os restos podem representar, nem se há relação com o assassinato pelo qual Rhone é acusado. Documentos federais mostram que ele tem um histórico criminal que se estende desde a década de 1960.
Imagens exibidas por TVs locais mostraram vans e caminhões policiais alinhados na rua, que termina em uma colina seca próxima à Rodovia 15. Tendas azuis da Patrulha Rodoviária da Califórnia foram montadas diante da casa, enquanto investigadores — alguns usando macacões brancos — circulavam pelo quintal e examinavam um vão sob a estrutura do imóvel.
O escritório do FBI em San Diego informou que sua Equipe de Resposta a Evidências esteve no local a pedido das autoridades estaduais e municipais, acompanhada de um cão farejador especializado.
Rhone é acusado de matar Bernardo Moreno, 54, após uma briga entre os cães dos dois, segundo a emissora CBS News 8. Moreno teria esfaqueado o animal de Rhone para separá-los. O corpo da vítima foi encontrado carbonizado perto de uma rodovia na região de South Bay, próxima à fronteira com o México.
O ex-morador também respondeu por tentativa de roubo, apropriação e condução ilegal de veículo e uso indevido de informações pessoais, segundo a promotoria. Se condenado, pode pegar prisão perpétua. A próxima audiência está marcada para o fim do mês. Documentos do processo e detalhes da defesa não estavam disponíveis até quinta-feira.
Meses antes e depois da morte de Moreno, Rhone esteve envolvido em outros conflitos com a lei. Emerson Wheat, advogado que o representou em um caso federal de porte de arma relacionado a um episódio de junho de 2023, afirmou que ele foi preso por autoridades federais em novembro daquele ano e está detido desde então.
Em um documento judicial de dezembro de 2024, promotores federais relataram que Rhone acumulou 33 condenações entre 1963 e 2021. Ele estava proibido de portar armas desde sua primeira condenação por crime grave, em 1969, mas, ainda assim, segundo a promotoria, carregava uma pistola quando foi abordado pela polícia de San Diego em junho de 2023.
A promotoria federal recomendou pena de pouco mais de três anos nesse caso. No documento, apontou que Rhone, criado no Texas, “teve uma boa infância” e completou o ensino médio e cursos universitários, apesar de ter sido diagnosticado com problemas de saúde mental e emocional — diagnósticos não especificados.
Segundo Wheat, anos entrando e saindo do sistema prisional cobraram seu preço. Rhone recebeu pena de dois anos no caso federal, encerrado em setembro, e foi transferido para custódia estadual ao fim da sentença, para responder ao processo pelo assassinato de Moreno.
Antes da prisão, Rhone tinha uma relação antiga com a casa agora vasculhada. Em 2017, Ernie Monia, parente e então proprietária do imóvel, obteve uma ordem de restrição contra ele por abuso contra idosos. Ela morreu em 2020.
Na quinta-feira, Antoinette Rhone, filha de Monia e sobrinha de Dwight Rhone, afirmou acreditar que o tio está sendo injustamente difamado e merece ser ouvido no tribunal. Segundo ela, ele foi como um segundo pai. “Ele cuidou de tudo quando eu fui para o ensino médio e para a faculdade”, disse. “Ele é uma boa pessoa. O que mais estiver acontecendo, eu não sei.”
A investigação na antiga casa de Rhone continua. As autoridades pedem que qualquer pessoa com informações sobre seu “possível envolvimento em crimes adicionais” entre em contato com o Departamento de Polícia de San Diego.
