O deputado Alexandre Knoploch (PL) intimou Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, o Mc Poze, para participar de uma audiência futura da CPI das Câmeras. A decisão, verbalizada na audiência desta segunda-feira, considerou o furto de um dos carros do cantor na semana passada. A Land Rover blindada foi devolvida horas depois sem intervenção policial. Nas redes sociais, o artista chegou a se manifestar sobre o crime, afirmando que “tem corajoso para tudo”.
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“Preocupação nenhuma. Uma que o carro tem seguro. A outra, o carro vai aparecer. O carro é meu. Pode ter sido levado para qual área for, o carro vai aparecer. Só isso. Nem fico naquele pique nervoso. Fico tranquilão”, afirmou Poze, acrescentando que o carro reapareceria porque ele é muito querido no Rio.
— É importante a CPI saber como o carro voltou. Eu mesmo já tive o carro subtraído e não tive essa certeza (de que seria devolvido). Na verdade, meu carro nem voltou — justificou o deputado.
O GLOBO procurou a defesa do cantor, mas, até a publicação da matéria, não teve retorno.
Organizada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a comissão investiga empresas de videomonitoramento, seguradoras e associações de proteção veicular que podem estar lucrando com a escalada da violência no estado.
Prisão de representantes
Duas pessoas tiveram a prisão decretada durante a reunião ordinária da CPI das Câmeras desta segunda-feira. Sérgio Belo David Fuerte, representante da associação de proteção veicular Rio Ben foi conduzido à delegacia por ter se negado a prestar depoimento; já Thiago Lima Menezes, presidente da Êxodos, foi punido por falso testemunho. Ambos responderão aos processos em liberdade.
Segundo a ser ouvido na reunião, Sérgio se negou a responder às oito perguntas feitas por Knoploch, presidente da CPI. Todas eram referentes a transferências via pix recebidas pela Rio Ben em 2024, como uma de outubro no valor de R$ 18 milhões. A decisão pelo silêncio foi orientada pelo advogado Sandro Acácio Fraga Gramacho de Figueiredo, que, antes do depoimento, garantiu ao cliente: “Você não responda absolutamente nada. Se você for conduzido preso, eu te solto”.
Sérgio é pai de Nathália David, de 23 anos, atual presidente da Rio Ben. Na reunião ordinária da CPI em 8 de setembro, ela contou aos deputados que não fazia ideia sobre as atribuições do cargo e que não tinha acesso ou contato com os associados. Segundo ela, sua função era ligada às redes sociais, cujo salário era de R$ 750. Para o colegiado da comissão, ela era uma “laranja”.
Além de Sérgio, foram ouvidos seus irmãos, Marcus e Paulo David Fuertes. Ambos têm empresas que prestam serviços para a Rio Ben — e são apontados por Nathalia como os verdadeiros dirigentes da associada. Durante a audiência, o deputado Rodrigo Amorim (PTB) afirmou que o sistema familiar, na verdade, é uma “teia”:
— Dizer que uma empresa contratada é da família, do primo, da mãe, do irmão, é nitidamente uma fraude contra a distribuição de lucros. Formou-se uma teia para disfarçar o lucro. Vale destacar também que o senhor Sérgio participa como testemunha na comissão, então, não há motivo para ficar em silêncio — reforçou Amorim.
O quinto participante foi Thiago Lima Menezes, presidente da Êxodos desde 2023. Ele contou que os associados pagam cerca de R$ 250 por mês e ganham direito a benefícios, de assistência à saúde, cursos profissionalizantes e manutenção dos carros. Ao responder sobre quais empresas prestam serviço à associada, ele acabou mudando a resposta cerca de sete vezes.
Irritados, os deputados Filippe Poubel (PL), relator da CPI, Rodrigo Amorim e Alan Lopes (PL) se manifestaram à confusão de Thiago, acusando-o de falso testemunho. A situação acabou sendo finalizada com a decretação de prisão e saída dos deputados Rodrigo e Alan da audiência.
O advogado Sandro Acácio Fraga Gramacho de Figueiredo, também responsável por acompanhar Thiago, argumentou contra o pedido de prisão, reforçando que ela foi “arbitrária e ilegal”. O deputado Knoploch tentou contornar a situação, pedindo para que Poubel repetisse as perguntas, mas ele se recusou:
— Não dá para aceitar mentir perante a CPI. Quando a gente faz uma pergunta, já sabemos a resposta. Então, vir para cá, mentir e depois ficar “ah, desculpa”, não tem como — finalizou Poubel.
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Com informações da fonte
https://extra.globo.com/rio/casos-de-policia/noticia/2025/09/deputados-convocam-mc-poze-para-participacao-na-cpi-das-cameras.ghtml
Deputados convocam Mc Poze para participação na CPI das Câmeras

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