De que lado está Lula? Após chamar traficante de vítima, governo federal nega apoio à polícia no Rio

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Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que “traficantes são vítimas dos usuários”, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, fez uma revelação bombástica. Ele informou que o governo federal negou apoio logístico à operação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha. Segundo ele, o estado solicitou veículos blindados às Forças Armadas para a última ação no Alemão, mas o pedido foi recusado. Nesta terça, forças do Estado agiram novamente sozinhas contra o crime organizado na região.

“Toda essa logística é do próprio estado do RJ. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no estado do Rio de Janeiro”, afirmou o secretário.

A repercussão negativa levou o Palácio do Planalto a tentar conter os danos. Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou que sua frase foi mal interpretada e que seu governo tem atuado com firmeza contra o crime organizado. Mas a tentativa de recuo parece não ter convencido a população indignada — muito menos a oposição, ainda mais após a recusa em oferecer apoio à polícia do Rio.

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Megaoperação contra o Comando Vermelho

A ação, parte da iniciativa permanente “Operação Contenção”, mobiliza 2.500 agentes civis e militares para capturar lideranças do Comando Vermelho (CV), impedir a expansão territorial da facção e desarticular criminosos vindos de outros estados. Pelo menos 30 procurados seriam traficantes oriundos do Pará. Até o momento, 23 traficantes foram presos e 10 fuzis apreendidos, além de pistolas e motocicletas.

Criminosos reagiram com barricadas em chamas e, em um novo nível de violência, lançaram bombas com drones contra os agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Um policial do Bope foi ferido de raspão e três civis foram baleados por balas perdidas.

Política de desencarceramento e bandidolatria

Enquanto a polícia prende, o governo federal avança com uma política de desencarceramento e discursos que, segundo especialistas, estimulam a bandidolatria. A fala de Lula, feita durante viagem à Indonésia, gerou forte reação da oposição e de entidades ligadas à segurança pública. Parlamentares acusam o presidente de inverter papéis entre criminosos e vítimas, e alertam para os efeitos nocivos dessa narrativa sobre o combate às facções.

Legislação branda e fronteiras desprotegidas

A legislação penal brasileira, considerada branda e ultrapassada, também contribui para o fortalecimento do crime organizado. Facções como o CV expandem seus domínios por estados vizinhos, evidenciando a omissão do governo federal no controle das divisas estaduais. A presença de criminosos do Pará, Bahia e Espírito Santo na operação reforça essa falha.

Além disso, a entrada de fuzis pelas fronteiras internacionais segue sem controle efetivo. As armas de guerra usadas contra os agentes — incluindo drones com explosivos — são reflexo da fragilidade na fiscalização de fronteiras e portos, responsabilidade direta da União.

População refém da guerra urbana

A guerra urbana que se desenrola no Rio de Janeiro escancara a desconexão entre a realidade das ruas e a política criminal do governo federal. Enquanto a polícia combate facções com recursos próprios, o discurso oficial parece mais preocupado em justificar o tráfico do que enfrentá-lo.

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Com informações da fonte
https://coisasdapolitica.com/cidades/28/10/2025/de-que-lado-esta-lula-apos-chamar-traficante-de-vitima-governo-federal-nega-apoio-a-policia-no-rio

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