William Bonner, que anunciou nesta segunda-feira (1º) sua saída do “Jornal Nacional”, após quase três décadas como apresentador do telejornal, desejava ser redator publicitário na época em que estudou Publicidade na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Mas os rumos o levaram ao jornalismo, e a uma carreira sólida por anos à frente do principal noticiário do Brasil.
Nesta segunda (1), Bonner anunciou que em breve irá deixar a bancada do “Jornal Nacional”, após 29 anos à frente do principal telejornal do país. Ele fica no programa até o fim de outubro, sendo substituído por César Tralli a partir de 3 de novembro. A seguir, relembre a trajetória profissional dele até este momento de encerramento de ciclo.
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Primeiros passos
Em 1985, o jornalista trabalhou na TV Bandeirantes. Um amiga o convidou para fazer um teste de locutor em off num programa jornalístico. Ele passou, depois foi treinado pela emissora e promovido para a bancada do “Jornal de amanhã”, em rede nacional, em menos de cinco meses.
A estreia dele na TV Globo aconteceu em 1986, quando o jornalista recebeu um convite da emissora para apresentar o “SPTV – 3ª Edição” e aprendeu a atuar com telejornalismo na prática. Bonner, cujo nome de batismo é William Bonemer Junior, decidiu mudar seu nome nessa época para não se confundido com o pai, o pediatra William Bonemer, que tinha um consultório em São Paulo.
Passagens por telejornais da Globo
Em 1987, ele ficou na bancada do “SPTV – 2ª Edição”. Bonner também já foi escalado para fazer “Globo rural”, em rede nacional, mas deixou o programa alguns meses depois. O apresentador, então, recebeu um convite para cobrir as férias de Marcos Hummel no “Jornal hoje”, no Rio de Janeiro.
Já em 1988, o jornalista chegou ao “Fantástico”, quando o programa dominical completava 15 anos e estava sendo reformulado. Ele aparecia ao lado de Valéria Monteiro e Sérgio Chapelin. Bonner conta que quando foi convidado para o Show da Vida pensou que o próximo desejo de sua carreira seria, então, o “Jornal Nacional”.
Antes de conseguir realizar esse sonho, ele ficou no programa dominical até 1990. Paralelo ao “Fantástico”, ele também estava na bancada do “Jornal da Globo”, de 1989 até 1993; e como editor-chefe do “Jornal hoje”, com o jornalista Carlos Absalão; e como apresentador desse mesmo jornal, ao lado de Cristina Ranzolin.
O sonho de estar no ‘Jornal Nacional’
O tão aguardado convite para a bancada do “Jornal Nacional” aconteceu quando o jornalista voltava de férias em 1996. O diretor da Central Globo de Jornalismo, Evandro Carlos de Andrade, ligou para Bonner, fez o convite e pediu para que ele mantivesse segredo. O apresentador recorda que nem mesmo para Fátima Bernardes, sua mulher na época, ele podia contar a novidade, em um primeiro momento.
Com tudo acertado, o jornalista começou no “JN” em 1° de abril de 1996, junto com Lillian Witte Fibe. Os dois ficaram na bancada até 1998, quando Fátima Bernardes assumiu a cadeira ao lado do então marido. Em 1999, em setembro, mês de aniversário do jornal, Bonner assumiu também o posto de editor-chefe.
Desde então, o jornalista cristalizou sua imagem à frente da bancada do “Jornal Nacional”. Participou de importantes coberturas, como a dos atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, que rendeu ao telejornal a indicação como finalista ao Prêmio Emmy Internacional. Tiveram ainda várias eleições presidenciais, Copa do Mundo, Conclave, tragédias que marcaram o país e tantas outras histórias emblemáticas.
Transformações no ‘JN’
Em 2009, marcando os 40 anos do telejornal, o âncora lançou o livro “Jornal Nacional – Modo de fazer”, com informações de bastidores do noticiário mais importante da TV brasileira. No ano seguinte, o jornalista ganhou o “Shorty Awards”, prêmio do Twitter, na categoria jornalismo. A presença dele na rede social fez sucesso.
Em 2011, Fátima deixou o “JN” e Patrícia Poeta passou a ser a dupla de Bonner. Três anos depois, Renata Vasconcellos assumiu a posição. Em 2015, o noticiário passou por mais uma transformação, tendo a presença forte de Bonner, como ele recorda:
“No final de 2013, eu fui convidado pelo Ali Kamel para coordenar um grupo de trabalho cuja missão seria estudar novos formatos e novas linguagens para o telejornalismo da Globo. Por sugestão do Ali, formei grupos. O projetão era: eu coordenaria um grupo de trabalho de formato e linguagem, que trabalharia com outros dois eixos”.
Em 2017, Bonner estava presente quando o “JN” ganhou um novo estúdio. Ele conta que teve um papel ativo na hora de fazer o estudo de utilização de câmeras e que sugeriu alguns enquadramentos na época. Em 2019, o apresentador estava nos 50 anos do telejornal. Em 2020, estava na bancada passando informações em meio a uma pandemia.
E assim seguiu, por vezes apresentando o jornal fora do estúdio, se emocionando, quebrando protocolos, mas seguindo com o profissionalismo já conhecido por quem assiste o telejornal.
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Da mudança de nome à realização de um sonho: relembre a trajetória de William Bonner até o 'Jornal Nacional'
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