Da corte de Luís XV às festas modernas: conheça a história das taças de champanhe | Ela

Tempo de leitura: 3 min


“Estou bebendo estrelas”, disse o famoso monge beneditino Dom Pérignon, no século XVII, referindo-se ao champanhe. Um presságio sobre a vocação do espumante para festas e comemorações, com suas características talhadas para levar prazer, alegria e luxo aos brindes especiais. Mas, para se extrair o melhor da bebida, uma boa taça é essencial, objeto que ganhou diferentes designs nos últimos anos.

Marcelo Copello, especialista em vinhos e presidente do júri do concurso Grande Prova de Vinhos do Brasil, esclarece que o formato das taças se atualizou à medida que mudava, ao longo dos séculos, a maneira de beber, apreciar e servir os espumantes. “O tipo balon, com forma arredondada e ampla, bojo grande, boca média e pé alto, é excelente para tomar um champanhe de qualidade, servindo aos poucos para não perder a perlage (conjunto das bolhas finas).”

Taça de champanhe — Foto: Agência O Globo

Uma das versões mais antigas é a coupe, que, segundo a narrativa romantizada, teve a forma moldada nos seios de Madame de Pompadour, amante do rei Luís XV, que governou a França de 1715 a 1774. “É charmosa, mas elementos essenciais valorizados atualmente na degustação são prejudicados”, afirma Mateus de Godoy, diretor do grupo LVMH.

Criada no século XX, a flûte, de corpo alongado, estreito e com boca pequena, é destacada por Maíra Freire, a premiada sommelière do Lasai. “É ideal para o consumo em grandes eventos, mas a percepção de aspectos sensoriais tem limitações, pois a boca estreita dificulta a liberação dos aromas mais complexos.”

Já Danio Braga, fundador e presidente nacional da Associação Brasileira de Sommeliers e diretor de vinhos do Grupo Fasano, aposta nas opções tipo tulipa alongada, que chegaram com força no século XXI, para valorizar a experiência de degustação de qualidade. “Copo que permite uma melhor concentração e liberação de aromas, preserva a perlage e proporciona uma experiência mais rica, principalmente de champanhes complexos ou safrados.” Opções não faltam para brindar.



Conteúdo Original

Compartilhe este artigo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *