OSG conferiu longa infantil que chegou aos cinemas nesta quinta-feira (04)

No longa, monstros desenhados por protagonista ganham vida –
Estreou nos cinemas de todo o país, nesta quinta-feira (04), o filme “Desenhos” (Sketches) – e, a convite da Paris Filmes, a coluna de O São Gonçalo teve a oportunidade de assistir a uma exibição antecipada da produção. Voltado para o público infanto-juvenil, o longa acompanha a jornada de uma família que se envolve em apuros depois que os monstros e personagens desenhados pela filha mais nova magicamente ganham vida – e começam a atacar a cidade.
São esses monstros que são os tais “desenhos” do título – criaturas rabiscadas pela protagonista como uma forma de manifestar a dor que sente pela morte precoce de sua mãe. As figuras que ela esboça no papel acabam se tornando reais e colocam os personagens em verdadeiro risco, inclusive de morte, já que a imaginação da menina tem uma tendência ao macabro por conta do contexto de luto.
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Todo esse cenário sugere um pouco do que torna o filme um tanto diferente da média de longas infantis e infantojuvenis que costumam chegar às telonas dos cinemas comerciais. Para além de ser um filme para crianças lançado fora do período de férias, “Desenhos” é um filme infantil pouco usual também por conta desse interesse por um aspecto sombrio possível em uma narrativa para os pequenos.

Filme é dirigido por Seth Worley e chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta (04)
O lado sombrio da coisa está ligado tanto à temática do luto – tema abordado pelo filme de forma relativamente frontal mesmo com um público mais jovem em mente – quanto com as figuras monstruosas que assolam os personagens. Apesar do visual lúdico que faz bom uso da experiência prévia do diretor Seth Worley com efeitos especiais, os monstros de “Desenhos” realmente colocam os personagens em risco e provavelmente vão, por isso, provocar alguns sustos e aflição em espectadores mais novos.
O susto, porém, não é demérito. “Desenhos” parece tomar como missão essa alusão ao cinema de horror e é justamente quando sugere algumas imagens comuns dos filmes de terror – que vão da banheira hitchcockiana ao assombro dos kaijus – que o filme encontra sua vocação.

Filme é dirigido por Seth Worley e chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta (04)
Nesse sentido, “Desenhos” parece estar buscando resgatar um sentimento que o cinema infantil americano parecia dominar muito bem nos anos 80 e acabou negligenciado com o tempo: essa vocação para os sustos em narrativas de aventura para crianças. O filme não chega a ser um longa de terror, mas sugere esses sustos em uma narrativa marcada pelos arroubos aventurescos de uma maneira claramente influenciada por sucessos do passado, como “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, “Jumanji” ou “Gremlins”.
É claro que a nostalgia tem suas limitações, como as recorrentes referências aos anos 80 e 90 que Hollywood acumulou em seus blockbusters nos últimos anos evidenciam. No entanto, se essa nostalgia tem sido inevitável, é positivo que um projeto como “Desenhos” busque acessá-la não na base da “requentação” barata de tropos e personagens do passado – como em projetos como “Jurassic World” e “Stranger Things” – mas com algum interesse em compor um pastiche de ideias próprias.

Filme é dirigido por Seth Worley e chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta (04)
Eventualmente, a narrativa chega à uma estrutura de sustos, piadas e soluções dramáticas formulaica demais para segurar a criatividade por toda a duração – e há de se notar que a direção de Worley por vezes se limita às escolhas formais mais confortáveis que encontra, como é de se esperar em filmes de estreia com esse tipo de interesse comercial ampla. Mesmo assim, “Desenhos” tem charme e algum vigor para justificar a ida ao cinema e divertir não apenas os mais novos.

Desenhos
Estreia: 4 de setembro
Duração: 1h33
Direção: Seth Worley
Elenco: Tony Hale, Bianca Belle e Kue Lawrence
Distribuição: Paris Filmes Brasil
2025-09-05 16:01:00