Policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram, nesta terça-feira, uma ação na Ladeira dos Tabajaras, comunidade entre Botafogo e Copacabana, na Zona Sul do Rio, para apurar informações de inteligência a respeito dos criminosos que mataram o policial civil João Pedro Marquini, de 38 anos, em março. Na ação, Jefferson Rosa dos Reis, conhecido como Jef e apontando pelas investigações como o responsável pelos disparos contra a agente, foi morto.
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De acordo com a Polícia Civil, ao chegarem à comunidade, os agentes foram atacados pelos bandidos e houve confronto. Um dos criminosos ficou ferido, e os comparsas obrigaram um morador a levá-lo para um hospital da região em uma kombi.
Os policiais foram até o hospital e conseguiram confirmar a morte de Jefferson Rosa dos Reis. Contra ele, havia um mandado de prisão em aberto pelo homicídio. As investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) apontaram que ele e um outro traficante foram os autores dos disparos.
Jef tinha anotações criminais por tráfico, associação para o tráfico, organização criminosa, roubo de arma de fogo, homicídio e latrocínio.
O assassinato de Marquini
João Marquini e sua mulher, a juíza Tula Mello, foram vítimas de um ataque de criminosos no dia 30 de março, um domingo, por volta das 20h30, quando voltavam da casa da mãe do policial, em Campo Grande, na Zona Oeste. O casal foi abordado na Avenida Artur Xéxeo, na altura do número 1.143, na descida da Estrada da Grota Funda, em Vargem Grande, também na Zona Sudoeste do Rio. Marquini dirigia um Renault Sandero, que fora buscar na casa da mãe, enquanto a mulher estava num Mitsubishi Outlander blindado.
— O João sai do carro e se posiciona no meio. Ele foi atingido com dois tiros nas costas, um no peito, um no braço e um de raspão na perna. O laudo confirma que João se lançou em minha defesa. Ele trouxe para si a mira dos assassinos, mesmo ciente de que, no mínimo, dois deles, empunhando fuzis, estavam em sua retaguarda — disse a magistrada, à época.
O laudo de exame de necropsia do Marquini revelou que ele foi atingido por cinco tiros, sendo dois pelas costas. A informação indica que o policial, que saiu do carro e ficou no meio do fogo cruzado dos criminosos — que atiravam no carro da mulher dele —, acabou sendo baleado também pelos assassinos que estavam atrás dele. Isso reforça a versão da magistrada, que afirma que o marido a protegeu.

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O carro da magistrada foi atingido por cinco tiros: três no para-brisa e dois no capô. Segundo ela, a blindagem do veículo era para proteção contra tiros de pistola, e não de fuzil.
— João sabia que, se eles continuassem atirando no vidro da frente, as balas poderiam ultrapassar a blindagem. Então, ele foi servir de escudo para me defender — comentou Tula Mello, que classificou a ação dos criminosos como “repugnante”.

