O ex-ministro do Trabalho e da Previdência Onyx Lorenzoni — que ocupou o cargo durante o governo Bolsonaro — negou ligação com envolvidos no esquema de descontos indevidos em benefícios feitos sem a autorização de aposentados e pensionistas. Ele foi ouvido nesta quinta-feira (dia 6) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Lorenzoni comandou o ministério por oito meses entre 2021 e 2022, período em que foram assinados seis acordos de cooperação técnica (ACT) de associações e sindicatos com o INSS.
Essas entidades estão sob investigação da Polícia Federal, por conta de desvios feitos em benefícios a título de mensalidades associativas. Os serviços, no entanto, nunca foram oferecidos de fato por essas entidades aos segurados do INSS.
Segundo o ex-ministro, problemas com descontos associativos em benefícios do INSS existiam desde 2010. Ele ainda alegou que as denúncias mais consistentes foram feitas a partir de 2018.
Os parlamentares governistas participantes da CPMI, porém, insistiram que as fraudes se intensificaram a partir do Decreto 10.537/20, que autorizou descontos associativos também para pensionistas e ampliou o leque de entidades autorizadas a descontar mensalidades.
Doações de campanha
Segundo a Agência Senado, Lorenzoni também foi questionado sobre doações financeiras para sua campanha eleitoral de 2022 para o governo do Rio Grande do Sul. A senadora Leila Barros (PDT-DF) citou doação feita pelo dirigente de uma das associações investigadas por descontos fraudulentos.
“O senhor Felipe Macedo Gomes foi o presidente da Amar Brasil, uma das entidades mais envolvidas no escândalo, cujo grupo movimentou mais de R$ 700 milhões em dinheiro roubado dos aposentados. Ocorre que, em 30 de setembro de 2022, o Felipe Macedo doou R$ 60 mil para sua campanha”, declarou a senadora.
Segundo Lorenzoni, o ministro da Previdência não têm participação nos acordos de cooperação técnica assinados pelo INSS com entidades associativas. Disse ainda que suas contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul.
“Essa relação maliciosa de causa e efeito inexiste. Dos meus 115 doadores, eu não conheço mais de 30% ou 35%. Nunca vi esse cidadão, não sei quem é. E outra coisa, nunca pedi dinheiro para bandido”, disse.
Com informações da fonte
https://extra.globo.com/blogs/aposenta-ai/lista/cpmi-do-inss-ex-ministro-onyx-lorenzoni-nega-ligacao-com-envolvidos-em-descontos-indevidos-nos-beneficios.ghtml
CPMI do INSS: ex-ministro Onyx Lorenzoni nega ligação com envolvidos em descontos indevidos nos benefícios
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