A poucos dias para a prova objetiva do Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como “Enem dos Concursos”, muitos candidatos ainda têm dúvidas sobre como garantir a classificação para a segunda fase. Qual é o critério? Quantas questões é preciso acertar? Há um número de acertos mínimos para não ser eliminado?
Para participar da prova discursiva, marcada para 7 de dezembro, o candidato precisa ser aprovado na prova objetiva, que acontece neste domingo, dia 5 de outubro. Apenas os classificados na primeira etapa seguirão para a segunda avaliação.
É uma sistemática diferente do CNU de 2025, quando as duas provas (objetiva e discursiva) foram realizadas no mesmo dia. Agora, para avançar à segunda fase, é preciso acertar ao menos 40% das questões para não ser eliminado.
Nota de corte
Além disso, serão classificados um número de candidatos até nove vezes o número de vagas para cada caso. Por isso, não é possível saber previamente qual será a nota de corte para avançar para a segunda fase.
— Se houver mil vagas, nove mil redações (ou questões discursivas, no caso dos blocos de Nível Superior) serão corrigidas. São sempre os nove mil primeiros colocados — explica Eduardo Cambuy, especialista em concursos públicos do Gran Concursos.
Paridade de gênero
Vale lembrar que o CNU 2026 prevê uma regra de paridade de gênero para avançar para a segunda fase. Assim, é possível que, em alguns cargos, o número de classificados para a segunda etapa supere a regra de nove vezes o total de vagas.
Se for constatado que há menos de 50% de mulheres entre os classificados, serão chamadas as candidatas mais bem colocadas em número suficiente para alcançar a paridade de gêneros.
Para não ser eliminado, o candidato precisa acertar um mínimo de questões a depender do bloco em que está concorrendo. Confira abaixo qual a pontuação necessária para não perder a tão sonhada vaga.
Blocos 8 e 9 – Nível Intermediário
Nos Blocos 8 (Saúde) e 9 (Regulação), que juntos oferecem 508 vagas, o número mínimo de acertos para que o candidato não seja eliminado é 28 das 68 questões, o que corresponde a 41,2% da prova objetiva.
Além disso, após avançar para a segunda etapa, o candidato não poderá zerar a redação no dia 7 de dezembro.
Os candidatos do Bloco 8 responderão 20 questões de Português e Realidade Brasileira, 24 de Saúde, 13 de Matemática e 11 de Direito. Cada questão terá peso 1 e, entre as opções A, B, C, D ou E, haverá apenas uma resposta correta.
Já os candidatos do Bloco 9 responderão 24 questões de Regulação no lugar das de Saúde, mantendo as demais disciplinas e regras iguais às do Bloco 8.
Blocos 1 a 7 – Nível Superior
Do total de vagas da segunda edição do CNU, 3.144 são de nível superior. Para não ser eliminado, o candidato precisa acertar pelo menos 40% do total prova objetiva, somando as questões de conhecimentos gerais (30) e de conhecimentos específicos (60). Ou seja, é preciso ter um mínimo de 36 acertos.
Vale lembrar que, nos blocos de Nível Superior, as questões têm peso diferente a depender do cargo pretendido, de acordo com cada eixo temático. Assim, 36 acertos podem representar pontuação maior ou menor, a depender do peso de cada questão.
A prova discursiva, que será aplicada em 7 de dezembro, também não pode ser zerada.
É possível zerar uma disciplina e não ser eliminado?
O edital do Concurso Nacional Unificado (CNU) estabelece um número mínimo de acertos — 28 para os blocos 8 e 9, e 36 para os blocos de 1 a 7 — considerando todas as disciplinas. Por isso, zerar uma matéria não implica eliminação automática.
Ainda assim, especialistas alertam que esse cenário não é o ideal. Eles destacam ainda que, nos blocos de 1 a 7, as questões têm pesos diferentes a depender do cargo pretendido.
— Zerar um conteúdo pode reduzir a nota final, principalmente se aquela disciplina for mais valorizada no bloco temático ou cargo escolhido, o que pode comprometer a classificação e o acesso às fases seguintes do certame, como a prova discursiva ou análise de títulos — afirma Letícia Bastos, professora de língua portuguesa do Gran Concursos.
Ela orienta que os candidatos sempre busquem o melhor desempenho possível em todas as disciplinas, respeitando o peso e a relevância de cada uma no contexto do seu bloco e cargo. Assim, sua Nota Final Ponderada não será impactada negativamente.
Nota Final Ponderada (NFP)
A nota final ponderada (NFP) se dá pela soma das seguintes notas: Nota da prova objetiva (NPO) + Nota da prova discursiva (NPD) + Nota de avaliação de títulos (quando houver).
No caso dos cargos de nível superior, a NFP segue regras específicas para cada vaga, já que considera pesos diferentes conforme o cargo pretendido.
Para os cargos de nível superior (Blocos de 1 a 7), a nota final ponderada (NFP) funcionará da seguinte forma:
Nota da prova de Conhecimentos Gerais + Nota da prova de Conhecimentos Específicos + Nota da prova discursiva + Nota da prova de títulos (quando houver). Veja:
Prova objetiva: 90 questões, divididas em 30 de Conhecimentos Gerais, valendo até 30 pontos, e 60 de Conhecimentos Específicos, que podem chegar a 120 pontos, considerando os eixos temáticos.
Prova discursiva: 2 questões, valendo 22,5 pontos cada, totalizando até 45 pontos.
Prova de títulos: até 5 pontos (para os cargos que oferecem pontuação por titulação).
Total: 200 pontos.
Para a prova de Conhecimentos Específicos, a nota final será calculada a partir da soma dos acertos em cada eixo multiplicado pelo peso deste eixo (entenda melhor abaixo). O candidato pode consultar, em detalhes, o peso de cada eixo temático para a sua vaga pretendida nas páginas finais do edital do concurso referente ao seu bloco temático, no link conhecimento.fgv.br/cpnu2.
Basta procurar o edital referente ao seu bloco temático (Anexo I é para o Bloco Temático 1; Anexo II é para o Bloco Temático 2, e assim por diante), e buscar, no edital, o “quadro de pesos dos eixos temáticos por órgãos, cargos e especialidades”, localizado nas páginas finais do edital.
Para os cargos de nível médio (Blocos de 8 e 9), a nota final ponderada (NFP) funcionará da seguinte forma:
Neste bloco, a nota final ponderada (NFP) será a soma da pontuação nas provas objetivas e da nota da redação.
Prova objetiva: 68 questões, valendo até 68 pontos.
Redação: até 30 linhas, totalizando no máximo 30 pontos.
Títulos: até 2 pontos (no caso dos cargos do Bloco 9 que oferecem pontuação por titulação).
Total: 100 pontos.
Como saber a nota de corte?
De acordo com Cambuy, não é possível prever a nota necessária para ser aprovado no concurso. Para isso, precisaríamos saber a pontuação final do último colocado em cada um dos cargos, o que varia de acordo com o nível de dificuldade da prova, a concorrência e até o número de abstenções.
— Há muitas variáveis que impedem de saber a nota de corte com antecedência. O que sabemos é que ela será definida pelo ranking da nota geral, que resulta da soma de conhecimentos gerais e específicos — conclui.
Como será a prova discursiva para o nível superior?
Para os candidatos a cargos de nível superior, a prova discursiva será composta por duas questões, cada uma a ser respondida em até 30 linhas. Cada questão vale 22,5 pontos, totalizando 45 pontos.
Como será a prova discursiva para o nível intermediário?
Já para os candidatos a cargos de nível intermediário, a prova será composta por uma redação dissertativa-argumentativa, com valor total de 30 pontos. O texto deverá ter, no máximo, 30 linhas.
Com informações da fonte
https://extra.globo.com/economia/emprego/concursos/noticia/2025/09/concurso-nacional-unificado-saiba-qual-e-o-criterio-para-ser-aprovado-na-prova-objetiva-e-fazer-a-discursiva.ghtml
Concurso Nacional Unificado: saiba qual é o critério para ser aprovado na prova objetiva e fazer a discursiva?

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