A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa (Alerj) retirou de pauta o projeto de lei 6.028/5, que trata da reorganização do efetivo da Polícia Militar.
O projeto seria votado na sessão desta quarta-feira (10).
A reunião da CCJ foi marcada por duras críticas dos parlamentares, inclusive do presidente do colegiado e líder do governo, Rodrigo Amorim (União), ao secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo Menezes.
De acordo com os deputados, o secretário só se preocupou em beneficiar os seus colegas oficiais, não explicou à Assembleia as mudanças que estava propondo — que, segundo a análise da comissão, contém discrepâncias importantes em relação à carreira de algumas funções, como na área da saúde.
Para piorar, os deputados acusaram a falta de um representante da PM para defender as medidas propostas de Menezes. Até o sempre comedido Luiz Paulo (PSD) apresentou questionamentos, sobre o efetivo do setor de Comunicação e Inteligência da corporação, que ficaram sem respostas.
Comissão da Assembleia decidiu discutir melhor o projeto da PM em audiência pública
Todos os presentes foram muito duros com Menezes, que está em Portugal participando de um encontro de gestores de Segurança Pública. Alexandre Knoploch (PL), como sempre, foi um dos mais exaltados. Amorim (União Brasil), lamentou a ausência de qualquer explicação e decidiu, então, tirar o projeto de pauta. A CCJ vai convocar uma audiência pública na Assembleia para discutir melhor o assunto.
“O secretário não está tão preocupado em ser candidato no ano que vem? Então que venha aqui, participar da audiência pública e ver como funciona o debate legislativo nesta casa que ele não se preocupou em não desrespeitar”, disse o líder do governo. “Vou relatar o fato ao governador e ser duro nas emendas”.
Críticas à pretensão eleitoral
Não é de hoje que o coronel Marcelo Menezes está na mira da Assembleia Legislativa.
A turma não gostou de saber que ele pretende concorrer a uma vaga de deputado estadual em 2026. O moço, nos últimos tempos, deu para receber vereadores, viajar com o governador Cláudio Castro (PL) para agendas políticas no interior do estado — mesmo que, em tese, elas não tenham muito a ver com a PM — e anunciar a construção de novos batalhões.
Ou seja, dizem as péssimas línguas, está cumprindo o roteiro (certinho, sem tirar nem pôr) de pré-candidato. E a turma, que de boba não tem nada e adora uma teoria da conspiração, jura que é de pré-candidato a… deputado estadual.
Daí que correu todo mundo para reclamar com o líder do governo na casa — o mesmo Rodrigo Amorim que, hoje, retirou o projeto do homem da pauta.
2025-09-10 13:11:00