A decisão de Paris de suspender o tradicional show de Réveillon na Champs-Élysées não foi um ato isolado. Autoridades francesas confirmaram que o risco de ataques islamistas levou ao cancelamento das celebrações de fim de ano, substituindo o concerto ao vivo por um vídeo pré-gravado e mantendo apenas os fogos de artifício no Arco do Triunfo, sem a presença massiva de público.
Analistas apontam que o cenário atual é reflexo direto das políticas migratórias adotadas pelo país, que teriam ampliado tensões sociais e elevado o risco de ações extremistas.
Em entrevista ao New York Post, o pesquisador Daniel Di Martino, do Manhattan Institute, foi categórico: “É resultado da imigração muçulmana em larga escala e sem triagem adequada”. Para ele, a incapacidade do Estado em controlar fluxos migratórios estaria alimentando a insegurança que hoje paralisa eventos públicos e ameaça tradições culturais francesas.
O ministro do Interior, Laurent Nuñez, elevou o nível de alerta para “muito alto” em todo o país, citando a ameaça de grupos como Al-Qaeda e Estado Islâmico. Segundo ele, seis planos terroristas foram frustrados em 2025, e os mercados de Natal continuam sendo alvos simbólicos e vulneráveis.
Reflexo de uma crise maior
Para analistas, a insegurança crescente estaria ligada ao aumento de tensões sociais e ao risco de ações extremistas, especialmente entre jovens jihadistas de 17 a 22 anos, descritos pelo Le Monde como imprevisíveis e mais radicalizados.
Dados da polícia reforçam o cenário: na última virada de ano, quase mil carros foram incendiados e mais de 400 pessoas presas em todo o país.
Um fenômeno europeu
A França não está sozinha. Outros países europeus também vêm cancelando ou reduzindo eventos de fim de ano por medo de atentados terroristas. Em cidades como Bruxelas e Berlim, autoridades reforçaram a segurança em mercados de Natal e limitaram aglomerações em espaços públicos, temendo ataques semelhantes aos que já marcaram tragicamente a história recente da Europa.
Impacto cultural e social
O cancelamento das festas não representa apenas uma medida de precaução: é visto por muitos como um sinal de falência da ordem pública. Ao impedir que cidadãos celebrem suas tradições por medo do caos, governos europeus acabam cedendo o espaço público à ameaça, invertendo a lógica da civilização.
O continente enfrenta não apenas uma ameaça terrorista, mas uma crise de confiança em sua própria capacidade de garantir segurança, preservar valores e sua identidade cultural.
Paris, a “Cidade Luz”, optou pela escuridão preventiva. O silêncio imposto neste Réveillon ecoa como um alerta para todo o Ocidente: a liberdade não sobrevive onde a autoridade se acovarda.

