Centro do Rio atrai moradores das Zonas Norte e Oeste

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Museu do Amanhã – Cidade do Rio de Janeiro – Foto: Alexandre Macieira | Riotur

Com informações de Diário do Rio. A requalificação do Centro do Rio de Janeiro está atraindo moradores de várias regiões da cidade, conforme verificou um levantamento realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), repercutido pela BandNews FM Rio. Segundo a sondagem, a maioria dos novos moradores dos atuais lançamentos imobiliários do Centro são da Zona Norte, totalizando 39% do total. Em seguida vêm Zona Oeste, com 23%; Baixada Fluminense, com 16%; e Zona Sul, com 4%.  Desde 2021, já foram vendidos treze mil apartamentos novos na região, o que deve duplicar o número de moradores.

O levantamento do Sinduscon verificou ainda que o próprio Centro contribui com uma parcela significativa de pessoas que compraram os apartamentos novos construídos na região – ou resultado de retrofits, a requalificação dos prédios antigos – perfazendo um total de 18% da amostra analisada. “Exceto nas regiões da Beira Mar e no Bairro de Fátima e exceções como o Cores da Lapa, os apartamentos antigos perdem em qualidade para os recém-lançados, o que explica a migração, embora os novos sejam muito mais compactos, em geral“, explica Marcos Queiroga, Diretor Regional de Vendas da Sergio Castro Imóveis no Grande Centro.

A entidade também identificou os principais motivos alavancadores da saída dos moradores da Zona Norte: grande densidade populacional e o aumento significativo da criminalidade, o que vem inviabilizando o bem estar dos moradores na região, principalmente desde que o Supremo Tribunal Federal, durante a pandemia, proibiu as operações nas favelas. Ruas outrora calmas, ganharam barricadas; partes inteiras de bairros como Cordovil e Vigário Geral, distantes das áreas de morro, acabaram sendo incorporadas aos diversos reinos do crime. Isso tem afastado cada vez mais moradores principalmente da Zona da Leopoldina, deixando uma verdadeira cidade fantasma para trás, como revelou o DIÁRIO DO RIO em furo histórico.

Motivos da migração: segurança e qualidade de vida

Em entrevista à Band News FM, Alexandre Ferreira, técnico de refrigeração e morador de Cascadura, mudou-se do bairro para o Centro, juntamente com a mãe e duas irmãs, com quem mora, após ter sido assaltado na porta de casa. E são vários os casos semelhantes que se acumulam. Paulo Hernandez, leitor do DIÁRIO, conta quer saiu da rua Bulhões Marcial por razão igual: “está impossível viver lá e mesmo quem mora em pequenos paraísos como Vista Alegre, acaba sendo assaltado ao sair e entrar no bairro“, lamenta. Ele adquiriu um imóvel nas proximidades da Cinelândia: “são 40m2 e eu morava em 150m2. Mas… pelo menos estou seguro, e com muito transporte e cultura por perto“, diz.

As vantagens de morar na região central do Rio de Janeiro são inúmeras, mas a mobilidade é um dos principais destaques. De acordo com o Sinduscon, a requalificação da região deve retirar 3.600 pessoas do transporte público de massa. Isso, segundo o presidente da entidade, Claudio Hermolin, resultará em ganho de tempo e de qualidade de vida para esses usuários. Hermolin antecipou que a tendência dos próximos anos é de que a migração para o Centro do Rio seja ainda mais intensificada, por conta da própria busca da população por moradia, trabalho e lazer em um mesmo local. “O Centro é um portal gigante de cultura, história, religiosidade e beleza, perto do mar”, diz Queiroga.

Revitalização e novos empreendimentos

O processo de revitalização do Centro, encabeçado pelo Reviver Centro, lançado em 2021 pela Prefeitura carioca, já rendeu, até agora, diversos retrofits (2240 unidades no Centro Histórico) e mesmo a construção de grandes condomínios quando se fala na região do Porto: com 65% das negociações sendo firmadas para moradores finais, e 35% das compras por investidores. 

O entretenimento na região tem ganho grandes impulsos; a região da Praça XV já tem seu dia mais lotado aos sábados, quando as pessoas se acotovelam para sentar nas mesinhas de rua e escutar o famoso Samba da Ouvidor, enquanto degustam alguma das várias opções gastronômicas de uma área tão boêmia quanto histórica. Também eventos culturais como exposições, celebrações religiosas, paasseios a pé e feiras têm atraído mais e mais pessoas para a região, que renasce no entorno do Arco do Teles. O mesmo tem se passado no entorno da escadaria do Selarón, na região da Prainha, do Beco da Sardinha e da rua do Senado.

De acordo com o Sinduscon, o perfil socioeconômico dos novos moradores do Centro apresenta uma característica financeira; 54% das famílias conta com renda de até dez salários-mínimos. 



Com informações da fonte
https://www.a3noticias.com.br/requalificacao-centro-rio-de-janeiro/

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