Um cassino online ilegal, ligado a um grupo do contraventor Adilsinho, é alvo de uma operação da Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (16). Segundo as autoridades, a organização criminosa responsável pela exploração de jogos de azar e fraude a apostadores movimentou mais de R$ 130 milhões em apenas três anos. As informações são da TV Globo.
A Operação Banca Suja cumpre, ao todo, 15 mandados de busca e apreensão, além de bloquear R$ 65 milhões em contas bancárias e R$ 2,2 milhões em bens, incluindo oito automóveis. As ações ocorrem no Recreio, na Zona Sudoeste do Rio, e na Baixada Fluminense, com foco em Duque de Caxias.
Ligação do cassino online ilegal com o PCC e a máfia dos cigarros
Os alvos também são investigados por supostas ligações com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e com Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, no inquérito sobre a máfia dos cigarros. Embora o bicheiro não seja alvo direto, a Polícia Civil busca compreender a conexão entre os investigados e os negócios de Adilsinho.
“Empresas que operam dentro da legalidade acabam dividindo o mesmo espaço competitivo com estruturas que atuam simultaneamente na legalidade e na ilegalidade, tornando-se prejudicadas por esse desequilíbrio. Essa é uma das pegadas importantes da investigação”, afirmou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
Investigações sobre o cassino online ilegal
As investigações começaram a partir da análise das movimentações financeiras da empresa One Publicidade e Marketing Digital Ltda, conhecida como Palpite na Rede. A Polícia identificou transferências milionárias suspeitas entre contas de pessoas físicas e jurídicas vinculadas ao cassino online, além de empresas de pequeno porte sem capacidade financeira compatível.
Segundo o inquérito, o site e as redes sociais da Palpite na Rede promoviam cassinos virtuais e outros jogos de azar, atividades consideradas contravenções penais no Brasil. A empresa, fundada em junho de 2023 e sediada em Duque de Caxias, declara atuar como consultoria em publicidade e marketing. No entanto, dezenas de reclamações relatam problemas relacionados aos jogos oferecidos.
Fábrica clandestina de cigarros e demais empresas envolvidas
O inquérito aponta ainda que os investigados mantêm ligações com uma fábrica clandestina de cigarros, onde 23 trabalhadores paraguaios foram encontrados em situação análoga à escravidão. A ação ocorreu em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, e o local também tinha ligação com Adilsinho.
Entre os suspeitos está um contador ligado a quatro empresas envolvidas no esquema. Entre elas estão a AGR Distribuidora de Bebidas, que movimentou R$ 36 milhões em pouco mais de um ano, e a Bettr Filters Filtros para Cigarro Ltda, administrada por Willian Barile Agati, conhecido como “Concierge do Crime Organizado” e investigado por ligação com o PCC.