A Câmara do Rio aprovou, em definitivo, a substituição do sistema de ônibus articulados (BRT) por Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) ou Veículos Leves sobre Pneus (VLP), durante sessão extraordinária nesta quinta-feira (23). O projeto de lei complementar, que recebeu duas emendas, agora segue para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD), autor da iniciativa.
A medida, lançada pelo prefeito em agosto, abrange os corredores Transcarioca e Transoeste, além de prever “eventuais expansões”. A votação teve placar de 33 vereadores favoráveis e apenas três contrários, embora tenha gerado um debate acalorado em plenário.
Sobre o projeto de Eduardo Paes
Segundo o texto, a expansão do sistema inclui o Centro, que já conta com linhas de VLT integrando pontos como Praça Quinze, rodoviária e aeroporto Santos Dumont. O processo será realizado por meio de parceria público-privada, abrangendo a implantação, operação e manutenção do sistema.
O projeto também contempla São Cristóvão, que receberia estações em diversos locais, como o Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga, o BioParque, a Quinta da Boa Vista, o hospital Quinta D’Or, além das estações São Cristóvão do Metrô e Trens Metropolitanos e a estação Leopoldina.
‘A prefeitura agora tem o sinal verde’
O presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD), destacou que o projeto é essencial para melhorar a mobilidade na cidade, especialmente para a população das zonas Norte e Sudoeste.
“Com a aprovação em definitivo da proposta, a prefeitura agora tem o sinal verde para realizar os estudos necessários e transformar o BRT em VLT, um transporte mais rápido, seguro e menos poluente. Esse debate já havia sido incluído por nós no Plano Diretor, ou seja, a Câmara está atenta a isso há muito tempo. Os benefícios são claros”, afirmou Caiado.
Críticas ao projeto de troca do BRT por VLT ou VLP
Embora muitos parlamentares de oposição tenham defendido a substituição do BRT por VLT ou VLP no Rio, a medida também recebeu críticas. O vereador Paulo Messina (PL), que acompanhou a aprovação do BRT em 2010, afirmou que a proposta corrige com 15 anos de atraso o erro da prefeitura ao optar pelo transporte rodoviário em detrimento dos trilhos.
“Construir uma calha fixa e colocar o transporte sobre rodas é um contrassenso. Há 15 anos eu disse exatamente isso, nesta mesma tribuna. E agora, uma década e meia depois, a prefeitura me dá razão. O transporte sobre trilhos chega com 15 anos de atraso, mas antes tarde do que nunca”, declarou Messina.
Os vereadores Rogério Amorim (PL) e Pedro Duarte (Novo) também criticaram o projeto, principalmente porque, segundo eles, não define o modal (VLT, VLP ou similar) que será adotado no lugar do BRT, dando ao executivo a opção de escolha. Eles também criticaram os altos investimentos da prefeitura no sistema de ônibus articulados, que, segundo Duarte, chegaram a R$ 3 bilhões